EDIFÍCIO BIARRITZ

Icônica construção Art Decó carioca foi projetada pelos arquitetos franceses Henri Sajous e Auguste Rendui, nos anos 1940.

Publicado em: 16/03/2020
Algumas manifestações artísticas são capazes de influenciar gerações inteiras. Por vezes, a força dessa representação torna-se tão grande que se espalha mundo afora. E foi este o caso da Art Déco. Com seus primeiros registros no início dos anos 1920, na França, o movimento inspirou, de maneira mundial, as artes decorativas, o design de interiores, o desenho industrial, as artes visuais, a pintura, as artes gráfica, o cinema e a arquitetura. No Brasil, a capital de Goiás, Goiânia, construída na década de 30 e projetada pelo arquiteto Attilio Corrêa Lima, é considerada uma das maiores referências da Art Déco no país, uma vez que abriga grande parte do acervo nacional de obras do estilo, tombadas em 2003 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Mas não para por aí. A cidade do Rio de Janeiro é berço de outras inúmeras intervenções e obras que se apropriaram do movimento no momento em foram idealizadas. É essa a realidade de um dos monumentos mais conhecidos do Brasil e do mundo, o Cristo Redentor, construído com base conceitual nessa manifestação. Na mesma cidade-sede dessa construção, os arquitetos franceses Henri Paul Pierre Sajous e Auguste Rendui projetaram o Edifício Biarritz, uma das mais famosas e mais belas representantes da Art Déco da cidade. Além desta, Henri ainda é responsável por outras inúmeras construções no Rio de Janeiro, em outras cidades brasileiras e em outros lugares do mundo.

Nessa foto de Daniel Casoy, é possível ter uma panorama geral do Edifício Biarritz, projetado pela dupla de arquitetos franceses Henri Paul Pierre Sajous e Auguste Rendui, em 1940, no Rio de Janeiro. Localizada na Praia do Flamengo, a construção é agraciada com a incrível vista do Pão de Açúcar e da Baía de Guanabara.

O Edifício Biarritz foi projetado em 1940, na Praia do Flamengo. Um dos grandes responsáveis por parte da estonteante beleza do prédio são os balcões arredondados que possuem  dupla curvatura e detalhes frisados na massa e esplêndidas grades. Sua futurista fachada é impressionante, uma vez que seus adornos são todos feitos em mármore carrara.


Com suas sacadas em meia lua a construção do prédio teve a intenção de diminuir os ruídos provenientes da rua. As espessas paredes ajudam a minimizar a intensidade de calor da tropical cidade. Os detalhes ficam por conta das esplêndias grades e dos detalhes frisados na massa. O clique é do fotógrafo Osmar Carioca.

O enorme portão principal da construção, todo em ferro trabalhado, adiciona requinte ao projeto. Sua maçaneta dourada é de sofisticação ímpar. Internamente, possui um jardim amplo e cheio de charme, sendo altamente notado por sua quietude, tão rara na agitada capital carioca. 


O imponente portão de entrada do prédio, todo feito em ferro trabalhado, permite a visão de parte do gracioso jardim interno. Os adornos, uma das marcas do movimento Art Déco, adicionam requinte à composição. Foto: Osmar Carioca

No livro Rio de Janeiro Art Déco, escrito por Márcio Roiter, o autor afirma que o Edifício Biarritz é o um dos prédios residenciais cariocas que mais representam o estilo Art Déco. Ainda segundo Roiter, o projeto do prédio foi concebido com a ideia de se adaptar o estilo francês às necessidades de uma cidade com o clima tropical, à beira mar, e ainda assim manter o conforto providenciado por essa pegada arquitetônica.


Em mais este registro de Osmar Carioca, é possível ver mais de perto os detalhes da suntuosa fachada do Edifício Biarritz. As sacadas em conjunto formam uma estrutura repleta de beleza. 

Alguns exemplos dessa adaptação são a espessura das paredes – que impede que o calor da cidade interfira nos ambientes – e os balcões em formato de meia lua, semicobertos por toldos, propiciando uma barreira natural aos ruídos e à intensa insolação proveniente do calor carioca. No entanto, a construção foi pensada de modo a não bloquear as incríveis vistas do Pão de Açúcar e da Baía de Guanabara.

COMENTÁRIOS

  • Fausto Frankenstein - 05/01/2022 13h36
    Nos anos em que estudei na Praia Vermelha, indo de ônibus, não cansava de apreciar a beleza desse edifício, que gostaria de ter conhecido por dentro, mas, infelizmente, não tinha nenhum parente ou conhecido que morasse em tal beleza arquitetônica.
  • Já Morei Nesse Edifio - 17/05/2021 18h48
    Tenho boas recordações sempre que vou ão Rio, passo por aí!..

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