LINA BO BARDI EM SÃO PAULO

Em homenagem ao seu centenário, uma exposição no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo, revela detalhes do mundo criativo de Lina.

Publicado em: 08/09/2014
Da ilustração ao design, Lina Bo Bardi contribuiu com diversas frentes de trabalho durante sua vida. Além da arquitetura, um dos mais importantes deles foi a direção do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA). Na ocasião, Bo Bardi foi apresentada a Salvador numa oportunidade de ministrar algumas palestras a convite de Diógenes Rebouças - importante profissional na história da arquitetura e urbanismo baiana. Uma vez na Bahia, a arquiteta deixou-se seduzir pela paixão à arte, e aceitou o convite de administrar o MAM-BA. E isso, ela fez com genialidade, gerenciando com maestria o espaço cultural. Pela forma que conduziu suas curadorias e jeito único de estar à frente do museu (transformando-o numa espécie de museu-escola), Lina demonstrou talento riquíssimo na seara da museografia nacional.



Agora, a profissional se torna tema de uma exibição em São Paulo. Como uma bela e digna homenagem, a vida e obra de Lina Bo Bardi virou mote de uma exposição no Museu da Casa Brasileira, em São Paulo. Intitulada Maneiras de expor: arquitetura expositiva de Lina Bo Bardi, a mostra revela detalhes do mundo criativo de Lina. Expõe, também, nuances e curiosidades de suas vidas profissional e particular, completando o universo de referências da arquiteta. A mostra, que celebra o centenário de Lina (nascida em 1914), fica aberta para visitação até dia 9/11.

LINA BO BARDI


Achillina Bo Bardi, mais conhecida como Lina Bo Bardi, foi uma arquiteta italiana que se mudou para o Brasil em 1946. Em 1951, cinco anos após chegar aqui, a arquiteta foi naturalizada brasileira. Lina se casou com o crítico Pietro Maria Bardi e a mudança para cá foi justificada pela sensação de insegurança e trauma da guerra, ambas vividas na época da ocupação alemão pelo casal na Itália.



Ao chegar no país, Lina apaixonou-se pelo Rio de Janeiro, mas acabou estabelecendo residência em São Paulo, onde mais tarde desenhou a famosa Casa de Vidro (hoje museu), no Morumbi. Pouco tempo depois, assinou o projeto do que viria a se tornar um dos grandes pontos turísticos atuais da capital paulista - o Museu de Arte de São Paulo, o Masp – e, sem dúvidas, sua mais conhecida obra. O Sesc Pompéia, outro importante marco da arquitetura paulista, é também assinado pela profissional.





A arquiteta é um ícone do movimento brutalista, variação do modernismo brasileiro, e também uma das responsáveis por significantes inovações estéticas da arquitetura nacional. Dentre suas principais características, é possível destacar o desenho arrojado, que utiliza de revestimentos como concreto ou tijolos aparentes e a exposição de fiações e conexões. Seu legado é importante para a história do design contemporâneo, uma vez que seu estilo continua atual e fonte de inspiração para diversos profissionais. Lina era avessa à futilidades, e por isso gostava de assinar projetos apenas para pessoas que conhecia (como a Casa Valéria Cirell, feita para sua amiga Valéria) ou que tivessem finalidade artística, exemplo da restauração do Conjunto, Engenho ou Trapiche do Unhão, que deu abrigo para a sede do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA)



     
SERVIÇO
Maneiras de expor: arquitetura expositiva de Lina Bo Bardi
Preço: Inteiro: R$ 4; estudantes: R$ 2; sábados, domingos e feriados: gratuito.
Local: Museu da Casa Brasileira (Avenida Brigadeiro Faria Lima, nº 2705) São Paulo
Quando: de 16/08 a 09/11; de terça a domingo, das 10h às 18h.