A ARQUITETURA NA COPA DO MUNDO DE 2014

Conheça os projetos arquitetônicos das 12 arenas que foram o palco da Copa no Brasil, do Maracanã ao novo Mineirão, palco do Mineiraço.

Publicado em: 01/07/2014
Em outubro de 2007, era anunciado que o Brasil receberia a vigésima edição da Copa do Mundo de Futebol ( FIFA WORLD CUP BRAZIL ) e para tal, deveria elencar as 12 cidades-sede que receberiam os jogos do torneio em seus estádios (há dois anos, já fizemos uma matéria sobre estes projetos, clique aqui). As edificações esportivas foram construídas ou reformadas sob a responsabilidade de 14 escritórios de arquitetura, sendo dez brasileiros e quatro internacionais e elas incorporaram estilos e valores arquitetônicos que sintetizam os costumes das regiões onde se localizam.
Muito foi conversado e discutido a respeito da real necessidade do país em construir obras com tamanhas proporções e como essa verba poderia ser utilizada em outras deficiências estruturais que o Brasil apresenta. Polêmicas à parte e agora com os estádios concluídos, nós da Anual Design separamos as dozes joias que, de certa forma, representam a arquitetura nacional diante ao mundo.

O MINEIRÃO – BELO HORIZONTE


Vista do Lago da Pampulha, com o ginásio Mineirinho e o Mineirão ao fundo – foto: Alberto Andrich / BCMF

O estádio do Mineirão é parte do complexo da Pampulha, idealizado na década de 1940 por Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte, que convidou Oscar Niemeyer, Roberto Burle Marx e Cândido Portinari para projetarem essa empreita.


Croquis da década de 1940, do complexo da Pampulha, por Oscar Niemeyer.

O projeto original do estádio é de Eduardo Mendes Guimarães Júnior e Gaspar Garreto e assim como a lagoa da Pampulha e as diversas obras de Niemeyer, o Mineirão é um bem tombado. O complexo foi um ensaio bem sucedido da futura Brasília. O projeto básico de revitalização foi desenvolvido pelo escritório Gustavo Penna Arquiteto & Associados, com a empresa alemã GMP, e o projeto executivo ficou sob responsabilidade da BCMF Arquitetos, dos sócios Bruno Campos, Marcelo Fontes e Sílvio Todeschi, especializados em projetos de arquitetura esportiva e responsáveis pela maioria dos estudos conceituais para o dossiê da candidatura brasileira aos Jogos Olímpicos Rio 2016. Durante as obras, mais 25 arquitetos trabalharam no projeto produzindo mais de 5 mil desenhos, com todo o cuidado para não interferirem na fachada original. A fachada foi mantida, mas a equipe não deixou de imprimir sua assinatura na nova arena. A belíssima esplanada de 80 mil m² criada, se encaixa às curvas do terreno, configurando diversos espaços funcionais escalonados em desníveis que abrigam lojas, restaurantes, escritórios, inclusive um anfiteatro e substitui a grande área do estacionamento a céu aberto, um verdadeiro desperdício de espaço. Uma enorme rede de painéis solares foi instalada sobre a laje do estádio e fazem do Mineirão a maior usina fotovoltaica sobre cobertura do Brasil.


Painéis fotovoltaicos – Foto: Portal da Copa

Como prova de solução inteligente, os painéis fotovoltaicos não só propiciam independência energética ao estádio, como também, nos dias em que não há jogos, devolve o excedente à rede pública, abastecendo a região. O estádio reutiliza águas de chuva, aproveitou 90% do material demolido no concreto da nova obra e doou o gramado e cadeiras antigas a estádios menores. A reforma custou R$ 695 milhões, e vai receber por vez 62.160 torcedores. Anexo à arena, o ginásio Mineirinho também recebeu uma atenção especial.
Porém, dia 8 de Julho de 2014 marcou nosso futebol como a maior goleada sofrida por nossa querida seleção na história das copas . Este triste dia ficou batizado como MIREIRAÇO .



Esplanada do Mineirão e passarela de acesso ao ginásio Mineirinho / Foto: BCMF


Lounge da Area Vip – Foto: Leonardo Finotti


Escada de acesso ao Nível 1 – foto: Leonardo Finotti

ARENA FONTE NOVA – SALVADOR


Dique do Tororó e Arena Fonte Nova – Foto: Ulisses Dumas / Ag. BAPRESS

As linhas da nova arena baiana começaram a ser traçadas já em 2008, quando, após um desabamento parcial do antigo estádio Fonte Nova, o governo da Bahia lançou um concurso internacional para reforma do estádio. A melhor proposta veio do escritório alemão Schulitz Architekten em colaboração com o TETRA Arquitetura de São Paulo. Um grande exemplo de estádio multifuncional, o projeto segue a tradicional forma oval, porém com uma moderna abertura na parte sul, que cria uma relação direta com o lago adjacente, o Dique do Tororó, cartão postal de Salvador. Esta abertura da arquibancada é o grande diferencial do projeto, ela não só fornece o fluxo de ar ideal para o estádio, como dá o caráter versátil e multifuncional da arena. Sobre esta abertura, um mimo, um restaurante suspenso que dá ao visitante uma vista privilegiada do campo e do lago ao mesmo tempo. O design da fachada utiliza elementos de sombreamento horizontais com inclinações que variam dependendo da orientação desta, fornecendo proteção solar e maximizando o uso durante o dia. Em colaboração com o escritório de engenharia RFR Group, de Stuttgart, os arquitetos desenharam a notável cobertura do estádio, que graças a uma concepção inovadora que minimiza o uso de materiais, reduziu o peso da estrutura do telhado a  somente de 45 kg/m², tornando, assim, uma das coberturas de estádios mais leves do mundo. A geometria otimizada da estrutura da cobertura foi a chave para cumprir vários requisitos funcionais (linhas de visão, proteção solar, de drenagem e de cargas de vento). Outras soluções sustentáveis aplicadas, foram o reaproveitamento de agua de chuvas e a reciclagem de quase todo o entulho do estádio demolido, nas obras. Este projeto atendeu às metas do selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), do qual recebeu um certificado em 2014. A nova Arena Fonte Nova que ocupa uma área de 12 mil metros quadrados, e irá receber 50 mil torcedores durante seis jogos do mundial, custou R$ 689 milhões. Além disso, a arena foi a escolhida do Comitê Olímpico Internacional para sediar o torneio Olímpico de Futebol em 2016.


Preparativos para o Show de Elton John – Foto: Vaner Casaes / Ag. BAPRESS

ESTÁDIO CASTELÃO – FORTALEZA


Foto:  Vigliecca & Associados

Original da década de 1970, a arena de Fortaleza foi das poucas em que a estrutura já existente pôde ser mantida. No projeto de revitalização, assinado pelo escritório Vigliecca & Associados, apenas 1/5 do estádio foi implodido. A operação recebeu o prêmio de precisão em engenharia World Demolition Awards. Todas as funções de alta complexidade foram então concentradas nesse novo módulo, que são áreas que exigem maior tecnologia como camarotes, sala de imprensa, sala VIP, vestiários, sala de controle, zona mista, lounges e restaurantes. Compactadas em um só lugar, otimizaram tempo e custo de obra. Outra agilidade de execução foram as instalações feitas com sistemas de pré moldagem, elaborados in loco sobre fundação radier. A reforma, que visou revitalizar o bairro do Passaré, em Fortaleza, estacionamento, centro olímpico, piscina e ginásio multiuso, além de geração de energia eólica. A esplanada de 55 mil metros quadrados em volta do estádio serve como praça pública e terá pés de carnaúba (palmeira típica da região). Sob a esplanada do Castelão, aproveitando o desnível do terreno, foi implantada a Secretaria de Esporte do Estado, que respira através de pátios recortados na praça, onde jardins foram instalados. O impacto visual fica por conta dos 60 pórticos metálicos reticulares, parcialmente construídos em Portugal (30%), e da fachada coberta por uma pele translúcida, que conferem contemporaneidade à arena. O Castelão recebeu a certificação ambiental LEED pelo cumprimento de diversos parâmetros de sustentabilidade, dentre eles o reaproveitamento da água de chuva e dos entulhos da demolição. A arena agora pode receber 60.348 torcedores, todos protegidos pela cobertura que cobre até o limite do gramado. A obra custou R$ 518 milhões.


Foto: Portal da Copa

ARENA PERNAMBUCO – RECIFE


Foto: Thales Paiva

A 19 km de Recife, localizada em São Lourenço da Mata, a nova arena pernambucana foi projetada pelo escritório Fernandes Arquitetos Associados, e está pronta para receber além dos jogos de futebol, eventos de outra natureza. Concluído em abril de 2013, o estádio, que foi erguido do ‘zero’, está inserido em um projeto mais amplo de uma nova centralidade urbana: a cidade da copa, que pretende incorporar moradias, escritórios, instituições educacionais e espaços de lazer. A arena, custou R$ 532 milhões, tem capacidade para 46 mil torcedores e uma área total construída de 129.581 m². Os dispositivos que fazem da arena um empreendimento sustentável são: mecanismos que favorecem um melhor aproveitamento da ventilação e iluminação naturais, sistemas de reaproveitamento de águas pluviais e de aquecimento de água através de coletores solares instalados na cobertura, implantação de painéis fotovoltaicos para geração de energia elétrica por meio da energia solar e o uso de materiais recicláveis, tal como o filme de ETFE (utilizado pela primeira vez em um projeto na América Latina), presente em todo o fechamento lateral da arena, entre outros.


Foto: Portal da Copa

ARENA PANTANAL – CUIABÁ


Foto: Portal da Copa

Único estádio da Copa do Mundo a não ter os quatro cantos fechados, a Arena Pantanal em Cuiabá é um projeto premiado da GCP Arquitetos, e ecologicamente, é o projeto mais correto dos doze. Com capacidade para 42.968 espectadores para atender a quantidade mínima exigida pela FIFA (40 mil), o projeto já prevê a desativação de setores, reduzindo para 27 mil assentos após o evento, suficiente para a capital mato-grossense. A desativação ficará a critério do governo, o objetivo seria reduzir gastos com manutenção e ampliar espaços. As soluções sustentáveis foram: reaproveitamento da agua de chuva para fins menos nobres como resfriamento de equipamentos, lavagem do chão e em descargas, utilização na obra de madeira certificada e materiais com selo verde, aproveitamento ao máximo da luz natural e da ventilação cruzada que favorecem a eficiência energética, reciclagem do entulho do antigo estádio e sua reutilização na obra, além de um parque com 1500 árvores que favorecem um microclima agradável, além de, no futuro, agregar um valor paisagístico maior ainda quando das floradas. A insolação da arena é controlada por uma envoltória com brises metálicos associada a uma membrana de PVC vazada com tratamento termoacústico. No entorno do estádio, uma área com mais de 300 mil m², os cuiabanos terão acesso a uma praça com área de lazer, pista de caminhada, lanchonetes e restaurante. O projeto custou ao todo R$ 570 milhões e recebeu, como esperado, o selo LEED.


Foto: Portal da Copa

ARENA DAS DUNAS – NATAL

Foto: Portal da Copa

O projeto básico do novo estádio de Natal foi concebido pela empresa internacional Populous Architects. De acordo com os arquitetos, as formas do estádio são inspiradas nas dunas de areia da região. A arena foi construída sobre o antigo Estádio João Cláudio de Vasconcelos, do ano de 1972, que foi totalmente demolido. A fachada e a cobertura são integradas e compostas por 20 “pétalas”, que ao contrário dos constantes arcos simétricos dos estádios, foram projetadas para serem mais altas em um dos lados do estádio, dando a assimetria e a ideia do movimento das dunas, e um aspecto único à construção. As “pétalas” são compostas por treliças de aço, cobertas externamente com telhas de alumínio, com tratamento térmico e acústico. Internamente, o “teto” é revestido com membrana tensionada de PVC. A união entre as peças é feita de policarbonato translúcido, que permite a passagem de luz. Outra importante função da cobertura da Arena das Dunas é a captação de água da chuva. Com calhas que coletam a água e a levam para nove reservatórios abaixo da arquibancada inferior, um volume de até 3 mil m³ pode ser reutilizado nos sanitários e na irrigação do gramado. Outra ação sustentável da obra, foi reaproveitar 96% do material demolido do antigo estádio.  A arena conta com 42 mil assentos, sendo 10,6 mil removíveis, e mais quatro lounges com capacidade entre 250 e mil lugares. O custo foi de R$ 400 milhões.


Foto: Portal da Copa

ARENA DE SÃO PAULO – SÃO PAULO


Foto: CDCA

Palco da abertura da copa, o novo estádio do Corinthians, conhecido como Itaquerão, ocupa uma área de 200 mil metros quadrados no bairro de Itaquera, zona leste da cidade. A nova arena do clube, que vai receber também uma das semifinais do evento, foi projetada pelo arquiteto Anibal Coutinho que liderou uma equipe de 25 arquitetos do escritório carioca CDCA. Com fachada em material translúcido que impede a entrada de luz solar diretamente, interligação por rampas em todos os pavimentos e espaço para realização de feiras e congressos, o estádio é mais uma construção multifuncional. Este projeto recebeu em 2011 o VIII Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa em duas categorias: esportes e melhor projeto arquitetônico do Brasil. Com quase três anos de obras, o estádio que também partiu do zero, custou R$ 830 milhões, e tem agora 189 mil metros quadrados, 68 mil cadeiras, sendo 20 mil removíveis, duas imponentes fachadas nos lados leste e oeste e dois vãos livres de 43 metros de altura nos setores norte e sul. Cerca de 80 % da construção estrutural contou com elementos pré-moldados. Do lado Oeste, uma fachada de vidro projetada com uma curvatura incomum pretende simular o efeito visual de uma bola ao bater na rede, do lado Leste, uma das maiores telas de vídeo do mundo, com 170 metros de largura por 20 de altura e 210 mil LEDs individuais. A tela foi fabricada pela Osram Traxon. A cobertura foi projetada por Werner Sobek e é mantida por 48 treliças de 75 metros de comprimento cada.


A fachada Leste e a tela de vídeo de 170 x 20 metros - Foto: Portal da Copa


Fachada Oeste e o vidro com efeito de rede em movimento - Foto: Portal da Copa

ARENA AMAZÔNIA – MANAUS


Foto: Portal da Copa

O programa Green Goal da FIFA, que visa implantar estádios com a menor agressão ao meio ambiente possível, foi devidamente contemplado em todos os projetos, mas neste caso, o de um estádio em plena Amazônia, a ‘homenagem’ ao meio ambiente fazia um sentido maior. O projeto é de autoria do escritório alemão GMP, e teve inspiração nos elementos da cultura, da fauna e da flora amazonenses. A nova arena foi construída no mesmo local do estádio Vivaldo Lima de 1970. São 44,5 mil assentos, em variados tons de amarelo, laranja e vermelho, que remetem à natureza e às tradições brasileiras. Com localização estratégica, próximo ao centro histórico de Manaus e do aeroporto, e dentro do conjunto esportivo onde ficam a arena olímpica e o sambódromo, o novo estádio formará um parque de esportes fundamental para a integração das instalações esportivas existentes no entorno. Pelo projeto, toda a água da chuva é reaproveitada, possui resfriamento geotérmico com uso inovador de bioetanol, fonte energética gerada a partir de matéria vegetal, ventilação natural projetados para auxiliar na redução do consumo energético e gerar o conforto climático necessário, em uma cidade com altas temperaturas, como Manaus. O orçamento atingiu os R$ 669 milhões.


Foto: Portal da Copa

ARENA DA BAIXADA – CURITIBA


Foto: Portal da Copa

Diferindo das tradicionais formas arredondadas dos estádios, a Arena da Baixada, também conhecida como Estádio Joaquim Américo foi pensado para ser uma “caixa iluminante” no meio da cidade, com a possibilidade de observação das atividades internas por quem está do lado de fora da arena, graças à semitransparência da fachada. A modernização da arena curitibana, que é o menor estádio da Copa, com 122 mil m², é de responsabilidade da Carlos Arcos Arquitetura. O projeto de reforma custou R$ 326 milhões e terá todas as instalações de uma verdadeira Arena Multieventos. Cobertura total, infraestrutura de última geração como um edifício inteligente, espaços de imprensa, vip e amplos vestiários. Em casos de concertos o estádio poderá receber até 60 mil pessoas. O projeto atendeu às normas do mundial e à norma NBR-9050 de acessibilidade, possui 150 lugares para torcedores com necessidades e mais 150 lugares para seus acompanhantes. O diferencial deste legado, está na parte de TI, a arena foi a primeira a propor uma rede WiFi total para seus visitantes, mas além deste, outras inovações digitais, tais como sensor de água, de eletricidade e de fumaça, colocam o estádio no patamar dos estádios europeus.


Foto: Portal da Copa

ESTÁDIO BEIRA-RIO – PORTO ALEGRE


Foto: Portal da Copa

Projeto do escritório Hype Studio, a reforma do estádio Beira Rio, localizado às margens do Guaíba, foi inspirada em estádios alemães e compreende: adequações de acesso, segurança e conforto que atendem às normas da FIFA e instalação de cobertura metálica, suportada por 65 módulos em formato de folhas de 23 metros cada que redefiniram a identidade visual do Beira Rio. A capacidade atual pós reforma do estádio, que pertence ao Sport Club Internacional, é de 51 mil torcedores. O conforto térmico fica por conta da cobertura que apoiada a 8,5 metros da fachada, projeta-se em mais de 40 metros ao interior cobrindo todos os acessos e arquibancadas. A reforma integra um projeto de renovação urbana em toda a região ribeirinha, ainda inclui um edifício-garagem, um shopping e um hotel, que servirá de hospedagem para turistas e clubes visitantes. O custo total foi de R$ 330 milhões.


Foto: Portal da Copa

ESTÁDIO MARACANÃ – RIO DE JANEIRO


Foto: Portal da Copa

O maior "templo" do futebol e sem dúvidas o mais emblemático de todos. Assistir a uma partida qualquer neste estádio já configura uma experiência única e antes mesmo da definição oficial, já era sabido, que este gigante abrigaria a final do Mundial. O Projeto de reforma do Estádio Jornalista Mário Filho, ou Maracanã, é da empresa pública EMOP (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro), com autoria da arquiteta Cátia Cristina de Oliveira Castro. O principal desafio da arquiteta foi preservar ao máximo a estrutura existente, tombada pelo IPHAN. Com mais de 60 anos de história e simbolismo respeitados, a arena teve, durante a reforma, sua capacidade de público reduzida, por medidas de conforto e segurança, a 78.838 lugares, reconstrução da arquibancada inferior, geometria oval (para melhorar a curva de visibilidade) e implantação de uma rampa monumental para acesso às arquibancadas. Com diferentes tonalidades de azul, amarelo e branco, os assentos deram um novo colorido ao Maracanã. Os custos chegaram a 1,05 bilhões. E mesmo com toda a modernização exigida pela FIFA, a identidade visual do querido ‘Maraca’ foi mantida com êxito, e nem mesmo a moderna cobertura instalada, trouxe impacto à fachada, pois não pode ser vista de fora.


Foto: Portal da Copa

ESTÁDIO NACIONAL – BRASÍLIA


Foto: Thiago Marra

Quando a meta é desenhar um estádio que esteja à altura dos padrões impressos por Oscar Niemeyer em Brasília, as adequações ao padrão FIFA se tornam a parte fácil do trabalho. Designados para o desafio de reerguer o estádio Mané Garrincha (inteiramente demolido), o escritório Castro Mello Arquitetos e a empresa alemã GMP sabiam que seria irresponsável brigar com a arquitetura do mestre, e fizeram jus ao complexo arquitetônico e urbanístico da capital. Essa belíssima arena, passou a compor, em harmonia, este acervo único da arquitetura moderna nacional. Seus 288 pilares de 36 metros de altura, que circundam todo o estádio, são todo o charme da obra e remetem as construções do Eixo Monumental. A estrutura é basicamente de concreto, como manda o figurino na capital, e a arquibancada superior foi toda montada com utilização de pré-moldados. Com essa homenagem ao legado arquitetônico resolvida, a inovação ficou por conta da cobertura. A cobertura autolimpante, funciona com um sistema que ficou conhecido no jargão da engenharia como "roda de bicicleta invertida". Ela é composta por uma estrutura tensionada com cabos e treliças metálicas, presos a um anel de compressão de concreto. Seu revestimento é feito com membrana de 90 mil m2 de politetrafluoretileno (PTFE) com dióxido de titânio (TiO2). Ao entrar em contato com o sol, a membrana promove a decomposição da sujeira. A expectativa é que, por hora, a cobertura retire da atmosfera gases poluentes do ar em quantidade equivalente ao que é produzido por cerca de 100 veículos. O tecido também facilita a passagem de iluminação natural, auxiliando na preservação do gramado e reduzindo a passagem de calor para as arquibancadas. A estrutura capta ainda a agua da chuva que é filtrada, armazenada em cinco cisternas, e reutilizada na rega do campo. A arena possui 72.788 lugares, teve o orçamento no valor de R$ 1,4 bilhões.


Foto: Portal da Copa

Para entrar ainda mais no clima da Copa, nós da Anual Design separamos para vocês uma animação que mostra como ficaram os doze estádios:


 

COMENTÁRIOS

  • Marcelo Bessa De Queuiroz - 10/07/2014 10h00
    Muito bom e bonito todos os estádios, só faltou selação.

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