Tunga é homenageado em Inhotim

Artista plástico ganha homenagem póstuma em comemoração a uma década do Instituto

Publicado em: 13/09/2016
Um dos grandes incentivadores da criação do Instituto Inhotim, o artista plástico Tunga - falecido em junho deste ano, ganhou diversas homenagens póstumas no início de Setembro, organizadas para celebrar os dez anos do Instituto Inhotim. Considerado o maior museu de arte contemporânea a céu aberto da América Latina, Inhotim disponibiliza 140 hectares de um preservado jardim botânico, onde encontram-se galerias que recebem esculturas, instalações, performances e inúmeras obras de arte. Uma de suas galerias leva o nome de Tunga.


 
Ele é reconhecido por ser um dos maiores entusiastas para a transformação da propriedade rural em um local voltado para a aproximação da arte e da natureza, em escalas nunca antes experimentadas no país. Suas constantes conversas com o proprietário Bernardo Paz foram cruciais para a transformação do local em um ponto de exaltação da cultura contemporânea e do paisagismo.


 
Uma das performances promovida contou com a participação da coreógrafa Lia Rodrigues, parceira de trabalho de Tunga. Foi promovido o resgate da intervenção True Rouge, promovida pelo artista plástico em 2002, quando o Instituto ainda não era aberto ao público. Nela, homens e mulheres espalham gelatina vermelha por seus corpos nus e pela obra que se encontra na galeria de mesmo nome, em frente ao lago principal de Inhotim, permitindo que os recipientes sejam preenchidos pelo líquido. Segundo Tunga, a performance era definida como o ponto de instauração, ou seja, o momento em que a obra de arte é ativada, ganhando sentido por meio das interações humanas.


 
Outra forma de homenageá-lo foi resgatando a intervenção Xifópagas capilares entre nós, na Galeria Psicoativa, o  maior pavilhão do Instituto. Nela, duas meninas gêmeas se vestem com uma única peruca, unidas pelos fios de cabelo entrelaçados e caminham pelo espaço, surgindo aleatoriamente em pontos inesperados. Uma aura de sonho e divagação envolvem a apresentação.


    
Convidados declamaram narrativas escritas por Tunga e até o cardápio do restaurante Tamboril montou um cardápio especial que privilegiava ingredientes vermelhos como principais estrelas do prato, em uma referência direta ao artista que fez da cor uma forte presença em seus trabalhos.
 
 
Sobre Tunga
Nascido Antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, o artista plástico Tunga, natural de Palmares, em Pernambuco, ficou reconhecido pela sua atuação como escultor, desenhista e artista performático brasileiro. Tornou-se o primeiro artista contemporâneo brasileiro a ter uma obra exposta no icônico Museu do Louvre, em Paris. Suas obras integram acervos permanentes de museus como Gggenheim, de Venza, e galerias dedicadas inteiramente à sua obra no Instituto Inhotim. Seu processo criativo era baseado na investigação literária, na psicanalise, teatro e nas ciências exatas e biológicas.