EDUARDO SOUTO DE MOURA RECEBE PRITZKER

O júri do Prêmio Pritzker deste ano escolheu o arquiteto português Eduardo Souto de Moura como profissional do ano.

Publicado em: 16/08/2011
O júri do Prêmio Pritzker deste ano escolheu o arquiteto português Eduardo Souto de Moura como profissional do ano. O arquiteto de 58 anos, trabalha na cidade do Porto (Portugal) e já completou mais de sessenta edifícios, a maioria deles em Portugal, mas também construiu na Espanha, Itália, Alemanha, Reino Unido e Suíça. Seu primeiro escritório foi com Álvaro Siza, outro laureado pelo Pritzker (1992) e desde então, ele criou projetos emblemáticos como o imponente Estádio de Braga (2004) e o recente museu Casa das Histórias Paula Rego.
 
 


O presidente do júri, Lord Palumbo, comentou que "durante as últimas três décadas, Eduardo Souto de Moura produziu um corpo de trabalho que é do nosso tempo, mas também traz ecos de tradições arquitetônicas. Seus prédios têm uma capacidade única de transmitir características aparentemente conflitantes - poder e modéstia, valentia e sutileza, autoridade pública ousada e sensação de intimidade ao mesmo tempo".
 
 


O Estádio Braga, em Portugal, foi palco de campeonatos de futebol europeu, quando concluído em 2004, e recebeu muitos elogios. Quase um milhão e meio de metros cúbicos de granito foram explodidos para fazer o concreto do estádio. Em suas próprias palavras: "foi um drama para quebrar a montanha e fazer o concreto da pedra." A citação do júri também ressalta esse trabalho como "... muscular, monumental e muito à vontade dentro da sua paisagem."
 
 

 
Souto de Moura criou inúmeras residências, como a Casa Número Dois, construída na cidade de Bom Jesus e escolhido pelo júri pela sua "riqueza incomum em todas as sutis bordas no concreto das paredes exteriores." A casa foi construída sobre uma colina e o arquiteto optou por fazê-la a partir de cinco terraços, cada um com uma função diferente: árvores de frutas ao nível mais baixo, uma piscina no próximo, as partes principais da casa no terceiro terraço, os quartos no quarto nível , e na parte superior, uma floresta.
 
 

 
Quanto ao Museu Casa das Histórias, Souto Moura conta que após ser escolhido como arquiteto do projeto, ele teve a sorte de poder escolher o local. Ele acabou decidindo por uma floresta com uma clareira no centro, onde construiu um conjunto de volumes de alturas variadas em vermelho, cor que se opõe ao verde das plantas que o cercam. Duas grandes pirâmides ao longo do eixo de entrada impedem que o projeto se torne uma soma neutra de caixas. O júri do prêmio também deu destaque para essa obra, qualificando-a como "tanto cívica e íntima, e tão apropriada para a exposição de arte".