Homenagem ao concreto

Designer gráfico lança livro no qual celebra o poder e a beleza da chamada arquitetura brutalista

Publicado em: 31/07/2017

Centro de Exposições do Centro Administrativo da Bahia, Bahia, Brasil, 1974 por João Filgueiras Lima, (Lelé), Cortesia Fran Parente (página 96-7)

Nascido em Middlesbrough, no Reino Unido, o designer gráfico Peter Chadwick cresceu rodeado por muito concreto. Foi a partir desse contato diário que ele se apaixonou pela arquitetura brutalista. As obras que fazem parte dessa tendência arquitetônica caracterizam-se principalmente pela utilização do concreto armado deixado aparente. Após décadas pesquisando edifícios brutalistas em todo o mundo, Chadwick compilou um livro para comemorar o estilo.
 

Stone House / Interni Think Tank, Milão, Itália, 2010 por John Pawson. Cortesia John Pawson (página 146)

“This Brutal World” apresenta centenas de imagens em preto e branco de blocos de apartamentos, capelas, teatros, galerias e prédios. Com muitas obras datadas da década de 1960 e 70, o artista ainda traz exemplos contemporâneos, destacando influência do brutalismo sobre arquitetos como Thomas Heatherwick e Zaha Hadid. A intenção de Chadwick é retratar como obras brutalistas vivem diante das tendências do século XXI.
 

Grand Central Water Tower, Midrand, África do Sul, 1996 por GAPP Arquitetos e urbanistas. Coutesy GAPP Architects (página 109)

Fugindo de qualquer organização cronológica ou localização geográfica, as imagens foram agrupadas por suas características, na maior parte dos casos incomuns. Há grupos com edifícios cônicos e torres mais altas, assim como algumas estruturas surpreendentemente futuristas e uma página dedicada a escadas de concreto. O artista, em sua introdução, descreve o livro tanto como uma homenagem amorosa para brutalismo quanto um manifesto visual.


Estação de Casar de Cáceres Bus, Cáceres, Espanha, 2003 por Justo García Rubio. Cortesia Justo García Rubio (página 48-9)

Chadwick começou a fotografar edifícios brutalistas quando se mudou para Londres e construiu aos poucos um vasto arquivo, com dezenas de milhares de imagens. Em 2014, ele criou uma conta no Twitter e um site para compartilhar suas obras. Algum tempo depois a Phaidon entrou em contato. Após o lançamento do livro, ele planeja lançar uma nova versão do site, que permite às pessoas fazer upload de imagens de edifícios brutalistas de todo o mundo. Ele também está recrutando amigos designers no exterior para documentar edifícios nas vilas e cidades perto de onde eles vivem.
 

De Rotterdam, Roterdão, Holanda, 2013, OMA. © IMAGENS Matteo Rossi / Artur (página 131)