Destaques da Casa Cor Goiás 2016
20ª edição da mostra inaugura trazendo 36 ambientes projetados por 51 profissionais
Publicado em: 16/05/2016
Festividade dá o tom da Casa Cor Goiás 2016. Comemorando os 20 anos de exibição no estado e os 30 anos da franquia CASA COR no Brasil, o tema dessa edição é “Celebrar”. Em três mil m², são 36 ambientes projetados por 51 profissionais renomados, sob o comando das arquitetas Eliane Martins e Sheila Podestá. Nesta edição, a mostra explora todas as possibilidades que um lar pode oferecer. A intenção é propiciar vivências harmônicas aos visitantes, para que experimentem o fascínio de ambientes inovadores e originais. Ousadia, originalidade e reinvenção de conceitos podem ser aplicadas em casas, apartamentos, estúdios, jardins, ambientes corporativos e comerciais. A exposição é realizada de 12 de maio a 22 de junho no prédio localizado na Rua30 com Avenida Tocantins, no Centro de Goiânia.
O Anual Design foi conferir tudo e elegeu alguns destaques entre os projetos.
Confira:
Santa Casa Leo
“Em mostras eu tenho mais interesse em mostrar um conceito do que somente um espaço bonito”, garante Leo Romano. E o profissional promoveu uma verdadeira viagem sinestésica ao passado do prédio que sedia a Casa Cor 2016, com seu ambiente Santa Casa Leo. De 1930, a construção abrigou o primeiro posto de saúde da capital, estrategicamente localizado ao lado da única unidade hospitalar da cidade, Santa Casa de Misericórdia. “O prédio tinha várias referencias do que ele foi, como a azulejaria branca e as tesouras do telhado. Isso me lembrou a estética de enfermaria de guerra, então resolvi aproveitar o que o edifício me oferecia”, conta.
Sob a concepção do profissional, itens característicos de unidades de saúde se transformam em decoração. Leo, inclusive, é destaque nas imagens do ‘doente’, fotografias em que aparece como interno. A música tocada no espaço traz Marlene Dietrich, grande diva que na Segunda Guerra Mundial alegrava os soldados com sua voz. “A ideia era fazer essa transposição de forma poética, para que resultasse em um ambiente leve”, afirma. Todos os detalhes têm uma intenção delicada do arquiteto. Ele faz design, mas também poesia.
Living
Uma atmosfera rústica e elegante é nitidamente visualizada no Living assinado pelas designers de interiores Fátima Mesquita e Márcia Albieri. O ambiente destaca o reaproveitamento de materiais e valorização do artesanal. Destaque para uma das paredes do ambiente que foi inteiramente descascada para revelar a beleza do tijolo. “A intenção era aproveitar o máximo da estrutura do lugar, como os tijolos à vista, as tesouras no teto. É algo diferenciado hoje”, garantem. Outro ponto forte e charmoso do projeto é a iluminação natural, ela ganha expressividade por meio da janela baywindowe integrando a decoração.
“Nossa proposta era um living descontraído, para que as pessoas queiram permanecer no espaço”, afirma a dupla. Elementos naturais como metais, madeira, linho e o couro estão presentes no mobiliário, vasos de plantas imprimem frescor e aconchego ao ambiente. Peça charmosa, uma banheira americana antiga foi inserida no centro do living. A iluminação mais pontual deixou o projeto acolhedor e intimista.
Sala de Banho
“Uma Sala de Banho não é tão comum no Brasil, mas acreditamos que a tendência é investir nesse cantinho de relaxamento, uma espécie de SPA dentro de casa”, enfatizam os irmãos arquitetos Eduardo e Karla Bittar. A dupla transformou o espaço em um refúgio delicado e sofisticado, com materiais mais naturais, ecológicos e sustentáveis, como réguas e lâminas de bambu no piso e no teto. “Acreditamos que materiais naturais e iluminação deixam o espaço mais aconchegante e despertam a vontade de permanecer nele”, dizem.
Na área molhada, com chuveiros e banheira, há uma plataforma elevada revestida de porcelanato emoldurada por um mosaico cimentício que se assemelha a uma pedra bruta. A bancada tradicional dá lugar a uma mesa de madeira, e acima dela uma biblioteca deixa o espaço mais característico. “Esse tipo de ambiente permite inserir elementos que imprimam a personalidade do morador”, explicam. As cores neutras com leve aquecimento e o jardim tropical complementam a composição. “A mensagem do nosso ambiente seria ‘não abra mão do seu bem-estar’”, concordam os irmãos.
Studio Nando
O designer de interiores Nando Nunes assina um ambiente suave, clean e minimalista, esse é o Studio Nando. O espaço ganhou linhas retas e formas lineares e limpas, como no mármore de cristal branco nas duas colunas que fazem a divisão simétrica do ambiente. “Minha inspiração veio da simetria e da leveza, eu queria um ambiente com tons claros”, garante o arquiteto, que evidenciou o branco e pinceladas suaves de rosa.
A parede que compõe os dois lounges recebeu um painel de mdf, confeccionado especialmente para a mostra, com pintura em microtextura, enquanto na parede seguinte outro painel com sua persiana branca se contrapõe com a parede seguinte de painel branco. A iluminação pontual deixou o espaço acolhedor, enquanto o porcelanato no piso promoveu amplitude ao ambiente. “A mistura de móveis com formatos e propostas diferentes dá um efeito fantástico. A nossa proposta era provar que com harmonia tudo é possível”, destaca.
Lounge 20...30...
A designer de interiores Meire Santos é quem assina o “Lounge 20...30...”, um espaço que alia inovação, qualidade e beleza, para homenagear a memória da mostra. O número vinte representa a celebração da Casa Cor Goiás e o trinta o trigésimo aniversário da mostra nacional, assim como os anos de profissão da arquiteta. “É um espaço descontraído, para que as pessoas cheguem e parem para interagir, para conhecer mais sobre Casa Cor, por isso há revistas dispostas pelo lounge”, explica.
Ela explorou texturas e mobílias cheias de boas referências reverenciando o design de qualidade.
Para alcançar o objetivo, Meire utilizou móveis expressivos, como o banco M. Santos, desenhado por ela, além de uma obra forte e vivaz do artista brasileiro Gianotti, com cores da natureza e uma escultura iluminada em cobre. A profissional ressalta que seu projeto requer um olhar apurado para arte e cultura, ela promove uma imersão dentro do conceito da Casa Cor.
Lounge
Carine Rocha queria um estar aconchegante, com tons característicos do seu trabalho, assim como a mistura de texturas e de elementos clássicos e contemporâneos. O Lounge assinado pela profissional é sofisticado e suave, mistura e harmoniza diferentes formas e materiais, além de destacar o aconchego com sua iluminação indireta. “Utilizei madeira, veludo, vidro, revestimento em mica natural. Toda essa mistura me fascina”, conta ela.
Outro ponto de destaque no espaço é atemporalidade. Os tons neutros com bases sóbrias criam harmonia entre o clássico e o contemporâneo, definindo a atmosfera do ambiente. As duas poltronas Esfera, de Ricardo Fasanello são as estrelas do hall de entrada. A varanda na área externa comunica-se com o estilo da parte interior, de forma prática e serena. “Eu acho que é um espaço aconchegante e funcional. A ideia é mostrar que estética e função podem caminhar juntas”, ressalta a profissional.
Café
O designer de interiores Genésio Maranhão dedicou-se a desenvolver de forma sofisticada e convidativa o Lounge Café da 20ª edição da Casa Cor Goiás. Ele conta que na hora de desenvolver o projeto ele visitou diversas cafeterias de Goiânia para saber mais a respeito. O lugar é muito mais que uma oportunidade para pausa no dia a dia. As cafeterias tornaram-se também espaços de leitura, reuniões de trabalho, bate papo, e até mesmo propícias para um happy hour. “A minha intenção era criar um café com cara de café”, brinca ele.
Acolhedor, o projeto ainda recebe mobiliário com importantes assinaturas brasileiras, como Sérgio Rodrigues, Aristeu Pires, Paulo Mendes da Rocha, entre outros. O espaço foi dividido em um lounge, duas salas tradicionais de café, sala de atendimento e varanda. “Eu criei um ambiente sofisticado, mas com pegada brasileira charmosa. Ele é cosmopolita, poderia estar em São Paulo ou Nova Iorque”, garante Genésio. Há muita brasilidade no revestimento em madeira nas paredes, assim como nas mesas e na atmosfera calorosa do espaço.
50 Tons Urbanos
“A proposta era um loft masculino urbano, bastante integrado, inspirado no filme 50 Tons de Cinza”, conta o arquiteto Giovanni Borges sobre seu espaço na Casa Cor Goiás 2016. O estúdio 50 Tons Urbanos tem sua atmosfera inspirada em um morador cosmopolita, que ousa no seu estilo de viver, com discrição e sofisticação. “O filme foi o ponto de partida, mas a gente tem que adaptar a nossa forma de viver”, explica ele. O espaço é composto por um estar aconchegante, uma suíte com sala de banho que recebe a luz natural, um closet, além de uma varanda.
A paleta de cores enfatiza os tons de cinza e a cor preta. O mobiliário apresenta-se em linhas retas em materiais nobres e high tech com peças assinadas por designers nacionais e internacionais. “Eu tenho um carinho especial pela Poltrona Gio do Sergio Rodrigues”, confessa o profissional, que ainda enfatiza a mescla de elementos modernos com pontos clássicos. As obras de Kazuo Okubo e Naldo Mundim ainda imprimem personalidade nas paredes do estúdio.
Biblioteca
A Biblioteca projetada pela arquiteta Claudia Zuppani mistura de forma lúdica e até poética singeleza e sofisticação. A profissional aproveitou a estrutura do local, com quase nenhuma reforma, e preencheu o espaço com peças imponentes. “Quando eu vi o espaço eu achei que não faltava nada, só precisava de uma pincelada. A arquitetura já estava pronta”, conta. O espaço se diferencia não apenas por seu clima acolhedor, mas também por valorizar o momento íntimo ideal para ler, meditar e pesquisar.
A estante projetada por Jader Almeida é um destaque à parte e os livros que Claudia buscou no seu próprio escritório. Outras obras que saltam aos olhos no projeto são as poltronas de Lina Bo Bardi e Sérgio Rodrigues. Já a iluminação foi elaborada inspirada nos anos 1960 e deixou o lugar mais intimista. A parede com tinta própria para escrever com giz é uma homenagem ao antigo quadro negro de escola. “É um espaço que eu gostaria de ter na minha casa”, garante a profissional.
Studio 777
André Lenza traduziu o anseio do homem moderno de ter uma casa que vá muito além da moradia. O arquiteto quis destacar a procura do público masculino pela decoração, que vem aumentando mesmo entre os solteiros nos últimos anos, segundo ele. “A ideia era harmonizar conforto e design para deixar as pessoas à vontade, em casa”, conta. Destaque para o painel em que a TV está inserida, que parece flutuar sobre a lareira. “A sala de televisão é onde o homem se sente em casa”, brinca.
O espaço é escuro, com suas paredes, telhado e piso em tonalidades de preto, cinza e chumbo. “Utilizei tons neutros e sóbrios para deixar atemporal, sem modismos”, explica. As referências masculinas estão no mobiliário de design nacional e também na presença da madeira natural high-gloss, muito utilizada nos anos 1950. O espaço ainda conta com telas de Marcelo Solá e fotografias exclusivas de Naldo Mundim, que retratam o interior de Goiás e a mata Atlântica. O nome do Studio 777 homenageia o número original do antigo prédio que abriga a mostra.
Studio 03
O arquiteto Pedro Ernesto e a designer de interiores Leandra Castro assinam o Studio 03, uma suíte moderna e cosmopolita. Com uma cama, home office, closet e banheiro, o espaço evidencia funcionalidade aliada à sofisticação. “A ideia era pegar um ambiente tradicional como a suíte e promover um diferencial”, garante o casal. Entre os destaques estão a escrivaninha inserida atrás da cama, assim como o espaço para leitura. A paleta de cores privilegia tons mais escuros, de cinza e preto, mesclados com bordô e turquesa. “Nós queríamos destacar as cores para harmonizar uma atmosfera despojada e ao mesmo tempo sóbria”, contam.
As cores ainda ganham a complementação dos metais em ouro rosa que compõe com o piso porcelanato concreto aparente e mármore travertino Titânio. O mobiliário sóbrio e imponente é assinado por renomados designers e conta com peças como a poltrona Grand Repos, do italiano Antônio Citterio e, a grande novidade do ambiente, a poltrona Duas Voltas, de Ruy Ohtake, em aço carbono com couro estonado. “É um espaço que poderia estar em qualquer lugar do mundo, um ambiente aconchegante e cosmopolita”, ressaltam os profissionais.
Contornos do Cerrado
Delicadeza, aridez, elementos lúdicos e respeito se misturam na varanda Contornos do Cerrado, assinada pela designer de interiores Regina Amaral em homenagem à vegetação do Centro-Oeste brasileiro. A decoração do local é inspirada no período de queimadas do cerrado e a profissional garante que há um lado bonito nisso. “As árvores do cerrado se contorcem, eu poeticamente vejo que elas estão lutando pela sua sobrevivência. É um momento triste, mas é lindo. Eu tenho uma relação muito forte com isso desde a minha infância”, confessa ela.
Vários espaços compõem o ambiente e proporcionam conforto para reunir o maior número de pessoas, como um deck com ofurô, cozinha gourmet e ambiente de estar com balanços. “Eu parti das cores do cerrado, da queimada, da simplicidade e da poesia”, garante, sobre sua inspiração para compor o projeto. Como diferencial, a marcenaria desenhada por Regina Amaral, os acessórios contemporâneos e adornos de arte são valorizados pela iluminação pontual, assim como o paisagismo discreto com galhos secos. O ambiente evidencia a beleza da nossa terra, do acolhimento que o cerrado tem para oferecer.
O Anual Design foi conferir tudo e elegeu alguns destaques entre os projetos.
Confira:
Santa Casa Leo
“Em mostras eu tenho mais interesse em mostrar um conceito do que somente um espaço bonito”, garante Leo Romano. E o profissional promoveu uma verdadeira viagem sinestésica ao passado do prédio que sedia a Casa Cor 2016, com seu ambiente Santa Casa Leo. De 1930, a construção abrigou o primeiro posto de saúde da capital, estrategicamente localizado ao lado da única unidade hospitalar da cidade, Santa Casa de Misericórdia. “O prédio tinha várias referencias do que ele foi, como a azulejaria branca e as tesouras do telhado. Isso me lembrou a estética de enfermaria de guerra, então resolvi aproveitar o que o edifício me oferecia”, conta.
Sob a concepção do profissional, itens característicos de unidades de saúde se transformam em decoração. Leo, inclusive, é destaque nas imagens do ‘doente’, fotografias em que aparece como interno. A música tocada no espaço traz Marlene Dietrich, grande diva que na Segunda Guerra Mundial alegrava os soldados com sua voz. “A ideia era fazer essa transposição de forma poética, para que resultasse em um ambiente leve”, afirma. Todos os detalhes têm uma intenção delicada do arquiteto. Ele faz design, mas também poesia.
Living
Uma atmosfera rústica e elegante é nitidamente visualizada no Living assinado pelas designers de interiores Fátima Mesquita e Márcia Albieri. O ambiente destaca o reaproveitamento de materiais e valorização do artesanal. Destaque para uma das paredes do ambiente que foi inteiramente descascada para revelar a beleza do tijolo. “A intenção era aproveitar o máximo da estrutura do lugar, como os tijolos à vista, as tesouras no teto. É algo diferenciado hoje”, garantem. Outro ponto forte e charmoso do projeto é a iluminação natural, ela ganha expressividade por meio da janela baywindowe integrando a decoração.
“Nossa proposta era um living descontraído, para que as pessoas queiram permanecer no espaço”, afirma a dupla. Elementos naturais como metais, madeira, linho e o couro estão presentes no mobiliário, vasos de plantas imprimem frescor e aconchego ao ambiente. Peça charmosa, uma banheira americana antiga foi inserida no centro do living. A iluminação mais pontual deixou o projeto acolhedor e intimista.
Sala de Banho
“Uma Sala de Banho não é tão comum no Brasil, mas acreditamos que a tendência é investir nesse cantinho de relaxamento, uma espécie de SPA dentro de casa”, enfatizam os irmãos arquitetos Eduardo e Karla Bittar. A dupla transformou o espaço em um refúgio delicado e sofisticado, com materiais mais naturais, ecológicos e sustentáveis, como réguas e lâminas de bambu no piso e no teto. “Acreditamos que materiais naturais e iluminação deixam o espaço mais aconchegante e despertam a vontade de permanecer nele”, dizem.
Na área molhada, com chuveiros e banheira, há uma plataforma elevada revestida de porcelanato emoldurada por um mosaico cimentício que se assemelha a uma pedra bruta. A bancada tradicional dá lugar a uma mesa de madeira, e acima dela uma biblioteca deixa o espaço mais característico. “Esse tipo de ambiente permite inserir elementos que imprimam a personalidade do morador”, explicam. As cores neutras com leve aquecimento e o jardim tropical complementam a composição. “A mensagem do nosso ambiente seria ‘não abra mão do seu bem-estar’”, concordam os irmãos.
Studio Nando
O designer de interiores Nando Nunes assina um ambiente suave, clean e minimalista, esse é o Studio Nando. O espaço ganhou linhas retas e formas lineares e limpas, como no mármore de cristal branco nas duas colunas que fazem a divisão simétrica do ambiente. “Minha inspiração veio da simetria e da leveza, eu queria um ambiente com tons claros”, garante o arquiteto, que evidenciou o branco e pinceladas suaves de rosa.
A parede que compõe os dois lounges recebeu um painel de mdf, confeccionado especialmente para a mostra, com pintura em microtextura, enquanto na parede seguinte outro painel com sua persiana branca se contrapõe com a parede seguinte de painel branco. A iluminação pontual deixou o espaço acolhedor, enquanto o porcelanato no piso promoveu amplitude ao ambiente. “A mistura de móveis com formatos e propostas diferentes dá um efeito fantástico. A nossa proposta era provar que com harmonia tudo é possível”, destaca.
Lounge 20...30...
A designer de interiores Meire Santos é quem assina o “Lounge 20...30...”, um espaço que alia inovação, qualidade e beleza, para homenagear a memória da mostra. O número vinte representa a celebração da Casa Cor Goiás e o trinta o trigésimo aniversário da mostra nacional, assim como os anos de profissão da arquiteta. “É um espaço descontraído, para que as pessoas cheguem e parem para interagir, para conhecer mais sobre Casa Cor, por isso há revistas dispostas pelo lounge”, explica.
Ela explorou texturas e mobílias cheias de boas referências reverenciando o design de qualidade.
Para alcançar o objetivo, Meire utilizou móveis expressivos, como o banco M. Santos, desenhado por ela, além de uma obra forte e vivaz do artista brasileiro Gianotti, com cores da natureza e uma escultura iluminada em cobre. A profissional ressalta que seu projeto requer um olhar apurado para arte e cultura, ela promove uma imersão dentro do conceito da Casa Cor.
Lounge
Carine Rocha queria um estar aconchegante, com tons característicos do seu trabalho, assim como a mistura de texturas e de elementos clássicos e contemporâneos. O Lounge assinado pela profissional é sofisticado e suave, mistura e harmoniza diferentes formas e materiais, além de destacar o aconchego com sua iluminação indireta. “Utilizei madeira, veludo, vidro, revestimento em mica natural. Toda essa mistura me fascina”, conta ela.
Outro ponto de destaque no espaço é atemporalidade. Os tons neutros com bases sóbrias criam harmonia entre o clássico e o contemporâneo, definindo a atmosfera do ambiente. As duas poltronas Esfera, de Ricardo Fasanello são as estrelas do hall de entrada. A varanda na área externa comunica-se com o estilo da parte interior, de forma prática e serena. “Eu acho que é um espaço aconchegante e funcional. A ideia é mostrar que estética e função podem caminhar juntas”, ressalta a profissional.
Café
O designer de interiores Genésio Maranhão dedicou-se a desenvolver de forma sofisticada e convidativa o Lounge Café da 20ª edição da Casa Cor Goiás. Ele conta que na hora de desenvolver o projeto ele visitou diversas cafeterias de Goiânia para saber mais a respeito. O lugar é muito mais que uma oportunidade para pausa no dia a dia. As cafeterias tornaram-se também espaços de leitura, reuniões de trabalho, bate papo, e até mesmo propícias para um happy hour. “A minha intenção era criar um café com cara de café”, brinca ele.
Acolhedor, o projeto ainda recebe mobiliário com importantes assinaturas brasileiras, como Sérgio Rodrigues, Aristeu Pires, Paulo Mendes da Rocha, entre outros. O espaço foi dividido em um lounge, duas salas tradicionais de café, sala de atendimento e varanda. “Eu criei um ambiente sofisticado, mas com pegada brasileira charmosa. Ele é cosmopolita, poderia estar em São Paulo ou Nova Iorque”, garante Genésio. Há muita brasilidade no revestimento em madeira nas paredes, assim como nas mesas e na atmosfera calorosa do espaço.
50 Tons Urbanos
“A proposta era um loft masculino urbano, bastante integrado, inspirado no filme 50 Tons de Cinza”, conta o arquiteto Giovanni Borges sobre seu espaço na Casa Cor Goiás 2016. O estúdio 50 Tons Urbanos tem sua atmosfera inspirada em um morador cosmopolita, que ousa no seu estilo de viver, com discrição e sofisticação. “O filme foi o ponto de partida, mas a gente tem que adaptar a nossa forma de viver”, explica ele. O espaço é composto por um estar aconchegante, uma suíte com sala de banho que recebe a luz natural, um closet, além de uma varanda.
A paleta de cores enfatiza os tons de cinza e a cor preta. O mobiliário apresenta-se em linhas retas em materiais nobres e high tech com peças assinadas por designers nacionais e internacionais. “Eu tenho um carinho especial pela Poltrona Gio do Sergio Rodrigues”, confessa o profissional, que ainda enfatiza a mescla de elementos modernos com pontos clássicos. As obras de Kazuo Okubo e Naldo Mundim ainda imprimem personalidade nas paredes do estúdio.
Biblioteca
A Biblioteca projetada pela arquiteta Claudia Zuppani mistura de forma lúdica e até poética singeleza e sofisticação. A profissional aproveitou a estrutura do local, com quase nenhuma reforma, e preencheu o espaço com peças imponentes. “Quando eu vi o espaço eu achei que não faltava nada, só precisava de uma pincelada. A arquitetura já estava pronta”, conta. O espaço se diferencia não apenas por seu clima acolhedor, mas também por valorizar o momento íntimo ideal para ler, meditar e pesquisar.
A estante projetada por Jader Almeida é um destaque à parte e os livros que Claudia buscou no seu próprio escritório. Outras obras que saltam aos olhos no projeto são as poltronas de Lina Bo Bardi e Sérgio Rodrigues. Já a iluminação foi elaborada inspirada nos anos 1960 e deixou o lugar mais intimista. A parede com tinta própria para escrever com giz é uma homenagem ao antigo quadro negro de escola. “É um espaço que eu gostaria de ter na minha casa”, garante a profissional.
Studio 777
André Lenza traduziu o anseio do homem moderno de ter uma casa que vá muito além da moradia. O arquiteto quis destacar a procura do público masculino pela decoração, que vem aumentando mesmo entre os solteiros nos últimos anos, segundo ele. “A ideia era harmonizar conforto e design para deixar as pessoas à vontade, em casa”, conta. Destaque para o painel em que a TV está inserida, que parece flutuar sobre a lareira. “A sala de televisão é onde o homem se sente em casa”, brinca.
O espaço é escuro, com suas paredes, telhado e piso em tonalidades de preto, cinza e chumbo. “Utilizei tons neutros e sóbrios para deixar atemporal, sem modismos”, explica. As referências masculinas estão no mobiliário de design nacional e também na presença da madeira natural high-gloss, muito utilizada nos anos 1950. O espaço ainda conta com telas de Marcelo Solá e fotografias exclusivas de Naldo Mundim, que retratam o interior de Goiás e a mata Atlântica. O nome do Studio 777 homenageia o número original do antigo prédio que abriga a mostra.
Studio 03
O arquiteto Pedro Ernesto e a designer de interiores Leandra Castro assinam o Studio 03, uma suíte moderna e cosmopolita. Com uma cama, home office, closet e banheiro, o espaço evidencia funcionalidade aliada à sofisticação. “A ideia era pegar um ambiente tradicional como a suíte e promover um diferencial”, garante o casal. Entre os destaques estão a escrivaninha inserida atrás da cama, assim como o espaço para leitura. A paleta de cores privilegia tons mais escuros, de cinza e preto, mesclados com bordô e turquesa. “Nós queríamos destacar as cores para harmonizar uma atmosfera despojada e ao mesmo tempo sóbria”, contam.
As cores ainda ganham a complementação dos metais em ouro rosa que compõe com o piso porcelanato concreto aparente e mármore travertino Titânio. O mobiliário sóbrio e imponente é assinado por renomados designers e conta com peças como a poltrona Grand Repos, do italiano Antônio Citterio e, a grande novidade do ambiente, a poltrona Duas Voltas, de Ruy Ohtake, em aço carbono com couro estonado. “É um espaço que poderia estar em qualquer lugar do mundo, um ambiente aconchegante e cosmopolita”, ressaltam os profissionais.
Contornos do Cerrado
Delicadeza, aridez, elementos lúdicos e respeito se misturam na varanda Contornos do Cerrado, assinada pela designer de interiores Regina Amaral em homenagem à vegetação do Centro-Oeste brasileiro. A decoração do local é inspirada no período de queimadas do cerrado e a profissional garante que há um lado bonito nisso. “As árvores do cerrado se contorcem, eu poeticamente vejo que elas estão lutando pela sua sobrevivência. É um momento triste, mas é lindo. Eu tenho uma relação muito forte com isso desde a minha infância”, confessa ela.
Vários espaços compõem o ambiente e proporcionam conforto para reunir o maior número de pessoas, como um deck com ofurô, cozinha gourmet e ambiente de estar com balanços. “Eu parti das cores do cerrado, da queimada, da simplicidade e da poesia”, garante, sobre sua inspiração para compor o projeto. Como diferencial, a marcenaria desenhada por Regina Amaral, os acessórios contemporâneos e adornos de arte são valorizados pela iluminação pontual, assim como o paisagismo discreto com galhos secos. O ambiente evidencia a beleza da nossa terra, do acolhimento que o cerrado tem para oferecer.