A Bienal de Arquitetura de Veneza

Como curador da próxima edição, o arquiteto Chileno Alejandro Aravejo vem para aproximar arquitetura e sociedade.

Publicado em: 28/07/2015

A Bienal de Veneza foi fundada em 1985 e é hoje uma das organizações culturais mais prestigiadas do mundo. Criada com o intuito de descobrir e promover novas tendências, a Bienal possui várias áreas de pesquisa e exposição, dentre elas artes, dança, cinema, música, teatro e arquitetura.



A Bienal de Arquitetura de Veneza se embasa em três pilares, as exibições a serem realizadas no Pavilhão Nacional, cada uma com um curador e projeto próprio, a Exibição Internacional, realizada pelo curador a ser nomeado, e o que se chama de Eventos Colaterais. De acordo com os organizadores, esse modelo de exibição foi escolhido pois permite um pluralismo de expressões, a exposição que contava com 59 países participantes em 1999, hoje conta com 89 países.
Por provocar uma grande movimentação cultural, a Bienal fortaleceu os laços com a comunidade local através de atividades educacionais e visitas guiadas, que passaram a ser frequentadas pelas escolas de Veneza e da região. 
A cada ano que precede a próxima Bienal, o conselho se reúne para definir quem será o curador da próxima edição. No dia 18 de Julho deste ano, Alejandro Aravena foi escolhido como responsável pela curadoria da 15ª Bienal de Arquitetura de Veneza, que deve acontecer do dia 28 de Maio de 2016 até o dia 27 de Novembro do mesmo ano.



Alejandro Aravena nasceu no Chile em 1967 e se graduou em Arquitetura pela Universidade Católica do Chile, em 1992. Mesmo antes de sua formatura, Aravena participou da 5ª Exibição de Arquitetura da Bienal de Veneza na categoria Prêmio Veneza. O arquiteto construiu sua carreira em seu país natal, mas mudou-se para os Estados Unidos em 2000 onde começou a lecionar na Universidade de Harvard.
Durante seu período como professor, Aravena conheceu o engenheiro Andres Iacobelli, que veio a ser seu sócio num escritório de iniciativa social, o Elemental, através do qual o arquiteto ganhou grande reconhecimento.
O arquiteto já recebeu várias premiações por seus trabalhos como Design do Ano (London Design Museum, 2015), Prêmio Global Zumbotel (Austria, 2014), Leão de Prata na 11ª Exibição Internacional da Bienal de Veneza (2008), Prêmio Mundial por Arquitetura Sustentável (França, 2007), dentre outros. Suas criações também já estiveram presentes em importantes exposições pelo mundo, como na Bienal de São Paulo (2007), no Milano Triennale (2008), na Bienal de Arquitetura de Veneza (2008 and 2012), no MoMA em Nova Iorque (2010), na MA Gallery in Tokyo (2011) e é parte da coleção do Centre Pompidou, em Paris.



Sobre sua nominação como curador responsável pela próxima Bienal de Arquitetura de Veneza, Alejandro se pronunciou afirmando que “Existem várias batalhas a serem vencidas e várias fronteiras a serem expandidas para melhorar a qualidade do ambiente e consequentemente a qualidade de vida das pessoas. É isso que nós gostaríamos que as pessoas viessem ver na 15ª Exibição Internacional de Arquitetura: histórias de sucesso que valem a pena ser contadas e casos exemplares que devem ser compartilhados nos quais a arquitetura tenha feito a diferença nessas batalhas e fronteiras”.
Com grandes expectativas, Paollo Barata, o presidente do conselho da Bienal quer trazer uma nova perspectiva para a exposição, e pensando nisso escolheu Aravena. De acordo com o mesmo, após a última Bienal, curada por Rem Koolhas e inteiramente dedicada à pesquisa do mesmo, nessa edição é preciso superar barreiras e mostrar que a arquitetura, em toda sua vitalidade, pode produzir respostas específicas para demandas específicas. A intenção desta Bienal é reagir à lacuna que existe entre a arquitetura e a sociedade civil, é terminar com a ideia de que a arquitetura pode ser dispensável. Para Barata, Alejandro é um dos arquitetos da nova geração que melhor pode relatar esta realidade.