o olhar sensivel DE MÁRCIO BORSOI
O dom de questionar limites, linhas e formas brincando com padrões e sombras em enfoques inesperados
Publicado em: 02/04/2015
Árvore e pessoas se misturam dando conotação artística para o significado da imagem
Brincar com o significado das linhas e formas é o grande prazer do trabalho, para Márcio Borsoi. É também o grande difirencial de sua fotografia, fator que deve à arquitetura. Apesar de graduado em administração, o artista transitou pelo universo da arquitetura tanto como acadêmico como quanto colaborador do trabalho da arquiteta Maria do Carmo, sua esposa.
O vermelho e seu calor humanizam a imagem onde reina a frieza da cor preta
“Nas fotografias externas e autorais tenho a possibilidade de interpretar e as vezes modificar o que vejo. Isto é o que me dá mais satisfação”, confessa Borsoi, que também é especialista em fotografar ambientes decorados.
A composição geométrica convida o olhar por caminhos subjetivos na obra autoral de Borsoi
Com um olhar naturalmente cênico, ele usa elementos subjetivos para transceder os conceitos de forma e significado. Permeado de brasilidade, seu foco varia entre contrastes e nuances. Sombras, cores e cantos simbolizam passagens para leituras subjetivas. Rica em padrões, sua composição geométrica é geralmente quebrada pelo elemento “vida”.
As flores encarceradas nas sombras brincam com o contraste plástico e simbólico
Seja pela representação humana ou pela aparição de elementos naturais, sua arte é concisa e provocativa na conciliação do reto com o orgânico, da luz com a sombra, do urbano com o verde.
“O arquiteto Mies Van Der Rohe disse que ‘menos é mais’. Levo isso para as minhas fotos que quase sempre são minimalistas e com uma composição precisa, mas que exprimem meus sentimentos”, conta o fotógrafo. Seu prodígio retrata o elo entre simplicidade e profundidade com pinceladas de bom humor e simpatia.
Imagem estática com representação de movimento marcada pela posição dos padrões inversos
Originalmente urbana, a fotografia de Borsoi também revela a influência cosmopolita da capital federal sobre o autor. “Gosto de fotografar cenas urbanas, coisas banais que, com atenção e poesia, vemos que são belas. Cabe ao fotógrafo “fazer” o registro”, confidencia Márcio.
Brincadeira com enfoque de linhas e sombras confunde o olhar, criando algo como uma ilusão de ótica
Registrar, na opinião do autor, vai muito além de captar o instante. Construir o olhar cultivando uma coletânea pessoal de experiências e um acervo intelectual inquieto também fazem parte da arte de fotografar, para Borsoi. Seu olhar dedicado se incumbe de enxergar além e convidar o público à reflexão.
A forte presença dos contrastes também marca o simbolismo da fotografia autoral de Borsoi
Expressivamente ousada, sua fotografia poética já conquistou muitos fãs. Por sorte, Borsoi também é um visionário e empreendeu um modelo de negócios inovador e promissor: os entusiastas podem contemplar suas fotos pelo Facebook e escolher o tamanho das ampliações. Nome conhecido das galerias de arte e museus de Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, Borsoi não se conteve pelas fronteiras nacionais. Também conquistou a Espanha, com obra selecionada para o “Concurso Brasil em 27 Miradas”, apresentado na Casa Brasil, em Madrid.
As nuances das sombras são um dos elementos que mais inspiram o autor
Neste último março participou da exposição “Lendo Imagens” na Biblioteca da Infraero Brasília. As fotografias de Márcio Borsoi na área de arquitetura e design de interiores foram publicadas diversas vezes em jornais como Correio Braziliense, Jornal de Brasília e Jornal da Comunidade. Mais do seu trabalho pode ser conferido aqui mesmo no Anual Design, em publicações anteriores.
As passagens são evidentes na obra, sempre sinalizadas entre luz e sombras