RETRATOS DEBAIXO D´ÁGUA

Em série de tirar o fôlego, estúdio austríaco Staudinger-Franke propõe novo olhar para a fotografia de retratos.

Publicado em: 23/03/2020
A fotografia conceitual tem ganhado cada dia mais espaço. No mundo da publicidade, por exemplo, são inúmeros os fotógrafos e equipes que trabalham em projetos complexos, com o objetivo de criar realidades virtuais em 3D.Por meio de softwares,essas realidades têmsido cada vez mais verossímeis àquelas que representam. Para alcançar resultados cada vez melhores, ainda que com o auxílio desses programas virtuais, os profissionais precisam estar sempre afiados na fotografia, que é um dos pontapés iniciais deste tipo trabalho. 



O estúdio Staudinger-Franke, formado por uma equipe de profissionais de Viena, na Áustria, vem se destacando com seu desempenho no desenvolvimento de trabalhos que utilizam uma fusão de fotografia, publicidade, pós-produção e CGI (Computer GraphicImagery). Aliando as quatros frentes, o escritório consegue criar realidades cada vez mais complexas e com mais detalhes, mas o domínio integral da arte da fotografia é fundamental para o resultado final da criação.



O estúdio é uma prova viva de que é necessário  buscar outras perspectivas e olhares para aumentar a precisão dos resultados de seus trabalhos. Em uma série de fotografia de retratos– batizada deBarrier - o Staudinger-Franke propôs uma produção sem precendentes. Modelos foram fotografadas submersas na água. Em sua maioria, estão naquele nível imediatamente abaixo da superfície. E suas poses e olhares são o ponto alto de cada shot.



Em cada foto da série é possível identificar que as modelos representam uma quantidade infindável de sentimentos e emoções.Ao mesmo tempo, seus olhares e poses nos fazem ter a estranha sensação de que os corpos estão sem vida, vagando sem expectativas.



Em outros retratos, é possível ver a mistura de elementos junto aos corpos, como peixes e pequenas algas. A beleza de cada retrato pende para uma análise mais transcendental e filosófica. A transparência da água junto à beleza “nua” de cada modelo, por exemplo, oferecem uma interpretação com apelo poético impressionante.



Em Barrier, também é possível observar que as “barreiras” existentes entre a água, as modelos e a vida aquática existente em algumas das fotos trata-se de uma questão muito mais subjetiva. Isso acontece porque a barreira tratada aqui é algo que não existe fisicamente, mas apenas de forma lúdica. Da mesma forma,a proposta da série é transcenderao formato convencional dos retratos. E consegue.



A beleza é uma questão bastante subjetiva, e talvez a grande barreira que este ensaio ultrapassou tenha sido o da não obviedade. Para encontrar a poesia, é preciso apreciar cada uma das imagens como parte de um todo. E, nesse caso, concluir que com criatividade o estúdio apresenta seu diferente olhar para a fotografia de retrato.



Fiquem com mais algumas imagens de Barrier abaixo. Todos os créditos são do estúdio Staudinger-Franke, que disponibiliza as imagens para divulgação em suas redes sociais e em seu site.