VEJA O PRIMEIRO PROJETO DE ZAHA HADID NO BRASIL

O recente (e já polêmico) projeto concebido pela icônica arquiteta iraquiana será construído em Copacabana, em plena Avenida Atlântica

Publicado em: 15/01/2015
Conforme divulgamos no ano passado, Zaha Hadid está desenvolvendo seu primeiro projeto no Brasil (e na América do Sul também). A arquiteta iraquiana, que tem a honra de ser a primeira mulher a receber o equivalente ao Oscar da arquitetura – o prêmio Pritzker –, pousa em terras brasileiras tão famosas quanto próprias as obras que ela assina: o edifício que a profissional concebeu será construído a partir de março na Avenida Atlântica, em frente à praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. "Estou muito feliz com a nossa participação nesse projeto. O traçado topográfico da praia de Copacabana é mágico, de tirar o fôlego, dos mais belos do mundo. Além de ser o espaço público aberto mais importante do Rio de Janeiro e do Brasil, capaz de atrair ao mar e à praia os inúmeros prédios ali construídos durante décadas e multidões de tribos diferentes, que frequentam suas areias e seu calçadão criado por Burle Marx, amigo de Niemeyer, todas as horas do dia e da noite", contou a arquiteta em entrevista. 
 
Uma das primeiras imagens reveladas do Casa Atlântica.

O local que vai servir de cenário para o Casa Atlântica não poderia ser mais especial: o terreno abrigava, até 2014, a última casa da região, a Casa das Pedras. O lote e o imóvel foram vendidos paro o empresário Omar Peres, dono do restaurante La Fiorentina e proprietário da TV Panorama, afiliada da Rede Globo em Juiz de Fora (MG), e para o sócio Germán Eframovich, dono da companhia aérea Avianca, por aproximadamente R$ 32 milhões — corretores estimam entre R$ 30 mi e R$ 40 mi o valor de um imóvel do gênero na orla do bairro.


A Casa das Pedras, antes de ser demolida para dar lugar ao projeto de Zaha Hadid

Zaha Hadid inspirou-se na natureza carioca ao criar o design do projeto de onze andares e 41 metros de altura. O tamanho do prédio, inclusive, teve que ser submetido aos parâmetros urbanísticos da orla em relação à altura e proximidade das edificações vizinhas. Outra fonte de inspiração foi a forma fluida dos morros e das praias da cidades, além de Burle Marx. “O design do Casa Atlântica avança na libertadora composição formal e nos espaços fluidos que marcaram o rico movimento modernista no Brasil, enquanto se envolve com o ritmo único e com a vitalidade da cultura de praia urbana de Copacabana e a fluidez do famoso calçadão, criado por Burle Marx”, informa o escritório da arquiteta. 


A fachada do edifício.

O sinuoso formato do prédio lembra uma espinha dorsal, com os pavimentos assemelhando-se a vértebras. Ele será construído no meio do terreno, o que garante mais privacidade aos moradores, que não estarão tão colados aos prédios ao lado. Além das unidades residenciais, o Casa Atlântica contará com cinema, spa e terraço com piscina na cobertura, com serviços equivalentes a de um hotel de luxo.


As formas fluidas, características reconhecidas dos trabalhos de Zaha Hadid, estão presentes também no interior do projeto.

A arquiteta
Aos 63 anos, Zaha Hadid é um dos nomes mais admirados e premiados da arquitetura mundial. Vencedora do Prêmio Pritzker em 2004, a primeira mulher (e muçulmana) a receber o prêmio, é conhecida como a Rainha das Curvas por seus projetos conceituais. Nascida em Bagdá, formou-se primeiramente em matemática na Universidade Americana de Beirute e depois cursou arquitetura na Architectural Association de Londres, onde tornou-se membro do Office for Metropolitan Architecture (OMA), trabalhando com seu antigo professor, o arquiteto Rem Koolhaas. Em 1979, passou a estabelecer prática profissional própria em Londres e já na década de 80 lecionou na Architectural Association.



No início da carreira, Zaha ficou conhecida como a arquiteta que não conseguia executar seus projetos, extremamente complexos e conceituais, mas nos anos 2000 conquistou o mundo em uma rápida expansão graças ao boom de construções icônicas, no qual projetos arquitetônicos espetaculares foram escolhidos como salvação por cidades e empresas que os encomendavam. Hoje, a arquiteta comanda um escritório de 400 profissionais, realizando 950 projetos em 44 países.



Como seu mentor, Rem Koolhaas, afirmou "Zaha é um planeta em sua inimitável órbita" e seus projetos seguem essa característica. Suas maiores construções realizadas foram a Vitra Fire Station, o MAAXXI Museum, o Centro Aquático de Londres e o constroverso anexo para o Serpetine Sackler Gallery. Em andamento, estão previstos o Estádio da Copa do Mundo da Fifa de 2022 no Qatar, um edifício de apartamentos próximos do High Line Park, em Nova York e o Estádio Olímpico de Tóquio.


Edifício do Centro de Heydar Aliyed, em Baku, Azerbaijão.


Riverside Museum, em Glasgow, na Escócia.

 A concepção e a localização do recém apresentado projeto, já divide opniões.E você, o que pensa sobre este projeto ? 

COMENTÁRIOS

  • ANTONIO ELIAS BARBOSA NETO - 24/11/2017 03h52
    ESPETACULAR.
  • Paula Palhares - 13/01/2015 21h33
    Zaha, eu te amo. Caso com você.
  • M.Cavalcanti - 13/01/2015 09h00
    Estive na cidade do Rio de Janeiro recentemente. Fiquei impressionado com a degradação e poluição de Copacabana. A melancolia, tristeza e a insegurança, estão incorporadas na paisagem. O projeto da Zaha Hadid, pode ascender os holofotes e revelar a necessidade de uma revitalização em toda à orla, composta pelas fachadas sujas e falsamente protegidas por grades de todos os tipos e modelos. O Rio de Janeiro merece esse projeto.
  • Ana Cecilia Costa - 12/01/2015 23h39
    Lindo! Vai ser o melhor hotel do Brasil, com um arquitetura genial no local mais deslumbrante e conhecido do Brasil. Muito sucesso, orgulho para os cariocas!
  • Gustavo Antônio Lúcio - 12/01/2015 21h50
    É um belo projeto a princípio, gostaria de conhecer melhor sua distribuição e principalmente a função dos ambientes, como foram resolvidos, más a preocupação é quem e como construir um prédio deste, com as nossas tecnologias atrazadas e acabamento grosseiro.
  • Paulo Pauletto - 10/01/2015 11h13
    es - pe -ta - cu -lar. obrigado Zaha .
  • Cab - 09/01/2015 16h21
    Pensava que arquitetura era muito mais que buscar formas e materiais diferentes, mais do que algo que impressione visualmente, onde se vê alguém querendo deixar sua marca, seu estilo. Pensava que era mais que o conceito de arte e artista, em especial, pós-modernista. Mais que curvas ou ângulos retos, respeito ao entorno ou cultura, quanto à estética, mas o que ela traz de benefício para sociedade. Não seria muito mais importante refletir sobre isso, acho que é para isso que o Brasil precisa acordar, olhar, pensar e fazer, é nesse sentido que arquitetos urbanistas e seus projetos precisam evoluir, mesmo se tratando de espaços privados, isso sim seria boa arquitetura.
  • Mateus Claudio - 09/01/2015 16h16
    O que eu achei? detestei ! Acho Zaha Hadid uma arquiteta absurdamente superestimada que basicamente faz um crlt+c crtl+v em qualquer projeto, adequando só a área ocupada e o gabarito. Uma vergonha a demolição da casa original, a última da orla de Copacabana, para a construção desse monstro sem nenhum apelo ou integração com o seu entorno. Eu estou envergonhado com isso. outra coisa, acho lindo e maravilhoso o Brasil e o Rio estarem abrindo portas para novos projetos arquitetônicos e estilos mais inovadores. Mas cadê arquiteto BRASILEIRO fazendo isso? É Calatrava para um lado, Zaha Hadid para o outro. E a gente? Meu diploma não vale de nada pelo visto, só para ser cadista dos outros. Cade os novos Niemeyers ? Cade um JK que acredite mais nos talentos daqui, hein dona Dilma ?
  • Claudio Linhares - 09/01/2015 16h12
    Curti! É gritante a sensibilidade da arquiteta em integrar o edifício ao entorno e dialoga-lo com o calçadão, um dos símbolos da cidade. Comparado a outros projetos da mesma, este, demonstra sutileza nas formas e creio que de forma alguma agride a paisagem arquitetônica e natural da orla de Copacabana. O Rio assim como São Paulo, Nova York e Londres já se tornou uma cidade do mundo, cosmopolita, já está na hora da inovação e tecnologia fazer parte da imagem da cidade que sempre estará em constante mudança. O modernismo representa sim a cidade, mas passou, o que fica são os edifícios tombados e as lembranças, repetir correntes arquitetônicas do passado é burrice! Parabéns aos escritórios pelo Projeto!

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