O LIVRO DAS CORES

Compilação de 1692 traz inúmeras informações e instruções num incrível tratado sobre cores.

Publicado em: 03/11/2014


A curiosidade humana pelas cores sempre foi motivo de pesquisa e busca por novidades. Muito antes de serem catalogadas sistematicamente em 1963, no Pantone Color Guide, os artistas sempre deram um jeitinho para manter às mãos uma espécie de guia para se chegar a cores especiais, como a turquesa, o lilás e o alaranjado vivo. Em 1692, há mais de 270 anos, o holandês A. Boogert, fascinado pelas cores, escreveu um livro que pode ser tido como a versão arcaica da “moderna” publicação da Pantone, bastante utilizada por profissionais ainda hoje.



O livro em questão é o Traité des couleurs servo à la peinture à l'eau (em tradução livre: Tratado de cores para pintura a óleo), escrito em holandês, com mais de 800 páginas manuscritas e pintadas à mão.



No livro, é possível perceber que o artista não só cataloga cores e suas tonalidades, como também explica como chegar a elas. Em diversas passagens da compilação é possível observar que ele mostra que as tonalidades são alcançadas com uma, duas ou três partes de água, para uma ou duas de tinta, por exemplo. Dessa forma, elas são facilmente encontradas, facilitando o trabalho desses profissionais.



O grande achado foi apresentado à sociedade recentemente pelo estudioso da sociedade medieval Erik Kwakkel, que atualmente conduz um estudo de doutorado sobre essa publicação do século XVII e que deve ser concluída no ano de 2015, pela Universidade de Amsterdã.



O historiador encontrou o compilado na Biblioteca Méjanes, em Aix-en-Provence, na França. Na época em que foi concebido, o Livro das Cores poderia ter sido um sucesso entre os pintores holandeses, uma vez que os anos 1600 foram a época de ouro da pintura da Holanda. No entanto, por ter sido escrito e pintado à mão, poucas pessoas tiveram acesso a ele.

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Créditos das imagens: E-Corpus.