O ARQUITETO QUE VIROU FOTÓGRAFO
Haruo Mikami deixou a profissão para se dedicar à arte de fotografar, especializando em fotografia de arquitetura e interiores e fine art.
Publicado em: 22/09/2014
Quando fotografia e arquitetura se encontram, um viés artístico se instaura. A visão dos dois mundos proporciona ao profissional um diferente olhar ao todo. Em Brasília, o fotógrafo Haruo Mikami vivencia essa experiência. Formado em 2000 pela Universidade de Brasília, optou por fotografar a continuar desenvolvendo trabalhos de arquitetura e interiores. Seu envolvimento com a aventura fotográfica começou pouco antes de ingressar na Universidade. Seu pai o presenteou com uma Minolta analógica, que até então era uma ótima câmera. Durante o curso, Haruo foi criando seu olhar fotográfico, fazendo bicos de fotógrafo, clicando principalmente projetos arquitetônicos e de interiores. Ao mesmo tempo, exerceu a profissão em alguns escritórios de arquitetura como a Reis Arquitetura e a Valle Arquitetura.
Nessa fine art de arquitetura da Casa Torreão, projeto do Bloco Arquitetos, o jogo de luz e sombra do pergolado coincide com a escada.
No curso de especialização que fez, teve aulas sobre proporções com Alan Bridges, grande professor de arquitetura do Reino Unido, que o influenciaram bastante. Inicialmente, o desejo do arquiteto era de continuar com a profissão em paralelo à fotografia. Como o interesse e cumplicidade pela fotografia aumentou a cada dia, Mikami decidiu investir na carreira e deixou de lado os projetos de arquitetura e interiores.
Projeto de Samuel Lamas, para o Morar Mais 2013, com a disposição das cadeiras e livros sugerida por Mikami. Nessa fotografia de interiores, a redistribuição dos objetos foi feita para criar uma sensação de movimento na cena.
Nesse contexto, fotografou todo tipo de evento, festas de crianças, gestantes, retratos, culinária, casamentos e publicidade. Investiu tempo estudando os diferentes tipos de fotografia e dinheiro em equipamentos. Em junho de 2008, fez uma viagem para Nova Iorque e adquiriu as famosas lentes de "correção de perspectiva" e uma câmera "full frame". Com isso, se tornou mais criterioso na escolha do ângulo e na composição de suas fotos. O fotógrafo usa a "regra dos terços", a "seqüência Fibonacci" e outras regras de composição, o que o levou a naturalmente se especializar em retratar arquitetura e interiores.
Nesse projeto de Taiza Greca, a fotografia de interiores é assinada por Haruo Mikami.
Na arquitetura, Mikami sempre foi apaixonado pelas proporções, luzes, sombras e volumes. "As fotos coloridas ficavam ótimas e as versões em preto e branco, muitas vezes ainda melhores", relata Haruo. "Apesar de adorar o minimalismo, a combinação de cores, os padrões e os estilos em interiores me chamavam muita atenção. Era interessante enquadrá-los de forma a preservar a harmonia e o equilíbrio", conta. A formação em arquitetura ajuda o fotógrafo a entender o projeto e a dar um enfoque de forma que valorize ainda mais seu conceito.
Com esta fine art, o fotógrafo retrata o Congresso Nacional num dia de névoa. As torres parecem que continuam rumo ao céu, fundindo-se a ele.
Na parte autoral, tem produzido fotografia fine art de obras modernistas, fotografia urbana e polípticos de fotografias. Haruo tem experimentado técnicas mistas de fotografia com intervenções, sejam no objeto fotografado ou na impressão fotográfica. Quem faz a curadoria das obras de Haruo Mikami é o artista Ralph Gehre.
Stop motion de uma transformação: um quarto se tornando uma sala de jantar, projeto do BEP Arquitetos Associados.
Sempre buscando por inovação, Haruo Mikami iniciou a produção de stop motion (aqueles filmes com fotos em sequência) e fotografia animada de arquitetura e interiores, conseguindo assim mostrar a dimensão do movimento nos projetos.
Stop motion do projeto Bilheteria (Casa Cor 2013), de Leo Romano.
Teve a oportunidade de participar de exposições como o "Brazilian Design Perspectives", em 2007, na Singapura, "Poética do Espaço", na Câmara dos Deputados, "Aos Ventos que Virão", no espaço Occa, "Novas Linguagens", na Galeria Referência, "Dois Olhares para o Japão" no Pátio Brasil, dentre outras.
O aumento na produção autoral fez o profissional pensar em adquirir uma impressora fine art de grande formato. Quando soube disso, o fotógrafo de publicidade Daniel Madsen, que já trabalhava há alguns anos nesse ramo, o convidou para uma sociedade. Então, fundaram a "Pictura Fine Art", onde trabalham com impressões museológicas e fine art.
Com essa poética fine art intitulada Ressaca de Niterói, Haruo tira poesia de uma cena cotidiana da cidade do Rio de Janeiro.
Para o fotógrafo, é um desafio grande trabalhar com essas três frentes. "Apesar de serem três universos distintos - a fotografia de arquitetura, a fotografia autoral e a impressão fine art - eles se complementam". Segundo Haruo Mikami, a impressão o ajuda a ficar mais atento à qualidade das fotos. "A fotografia autoral me ensinou a trilhar um caminho mais artístico, e não apenas documental", explica.
Primeira parte do políptico Desconstrução do Modernismo, essa fine art recebe o nome de Congresso Nacional. Cada retângulo corresponde a uma foto, sem recortes. A edição da peça utilizou apenas um retoque no Lightroom.
Suas maiores referências são o Pavilhão de Barcelona de Mies van der Rohe, com o projeto que se extende além do construído; a Catedral de Brasília, de Oscar Niemeyer, que apresenta proporções perfeitas, independente dos pontos de vista; o arquiteto Sérgio Bernardes, que equilibrava bem a estética e a função em seus projetos. Nas artes, inspiram o fotógrafo os trabalhos de Hokusai, Picasso, Mondrian, Dalí e Andy Wahol. Além destes, Haruo tem como inspiração os projetos "The Blue Planet", do escritório 3Xn, "The New School University Center" , do SOM (Skidmore, Owings y Merril), Casa Torreão do Bloco Arquitetos, a Casa Xan, do MAPA, e o Sebrae Nacional, do grupo SP.
Neste outro políptico, essa fine art da série Diário de Bordo, é formada por mais de 1100 fotos, formando um painel abstrato de fotos do céu através da janela de um avião. A sequência retrata uma viagem de avião de Brasília a São Paulo.
Nessa fine art de arquitetura da Casa Torreão, projeto do Bloco Arquitetos, o jogo de luz e sombra do pergolado coincide com a escada.
No curso de especialização que fez, teve aulas sobre proporções com Alan Bridges, grande professor de arquitetura do Reino Unido, que o influenciaram bastante. Inicialmente, o desejo do arquiteto era de continuar com a profissão em paralelo à fotografia. Como o interesse e cumplicidade pela fotografia aumentou a cada dia, Mikami decidiu investir na carreira e deixou de lado os projetos de arquitetura e interiores.
Projeto de Samuel Lamas, para o Morar Mais 2013, com a disposição das cadeiras e livros sugerida por Mikami. Nessa fotografia de interiores, a redistribuição dos objetos foi feita para criar uma sensação de movimento na cena.
Nesse contexto, fotografou todo tipo de evento, festas de crianças, gestantes, retratos, culinária, casamentos e publicidade. Investiu tempo estudando os diferentes tipos de fotografia e dinheiro em equipamentos. Em junho de 2008, fez uma viagem para Nova Iorque e adquiriu as famosas lentes de "correção de perspectiva" e uma câmera "full frame". Com isso, se tornou mais criterioso na escolha do ângulo e na composição de suas fotos. O fotógrafo usa a "regra dos terços", a "seqüência Fibonacci" e outras regras de composição, o que o levou a naturalmente se especializar em retratar arquitetura e interiores.
Nesse projeto de Taiza Greca, a fotografia de interiores é assinada por Haruo Mikami.
Na arquitetura, Mikami sempre foi apaixonado pelas proporções, luzes, sombras e volumes. "As fotos coloridas ficavam ótimas e as versões em preto e branco, muitas vezes ainda melhores", relata Haruo. "Apesar de adorar o minimalismo, a combinação de cores, os padrões e os estilos em interiores me chamavam muita atenção. Era interessante enquadrá-los de forma a preservar a harmonia e o equilíbrio", conta. A formação em arquitetura ajuda o fotógrafo a entender o projeto e a dar um enfoque de forma que valorize ainda mais seu conceito.
Com esta fine art, o fotógrafo retrata o Congresso Nacional num dia de névoa. As torres parecem que continuam rumo ao céu, fundindo-se a ele.
Na parte autoral, tem produzido fotografia fine art de obras modernistas, fotografia urbana e polípticos de fotografias. Haruo tem experimentado técnicas mistas de fotografia com intervenções, sejam no objeto fotografado ou na impressão fotográfica. Quem faz a curadoria das obras de Haruo Mikami é o artista Ralph Gehre.
Stop motion de uma transformação: um quarto se tornando uma sala de jantar, projeto do BEP Arquitetos Associados.
Sempre buscando por inovação, Haruo Mikami iniciou a produção de stop motion (aqueles filmes com fotos em sequência) e fotografia animada de arquitetura e interiores, conseguindo assim mostrar a dimensão do movimento nos projetos.
Stop motion do projeto Bilheteria (Casa Cor 2013), de Leo Romano.
Teve a oportunidade de participar de exposições como o "Brazilian Design Perspectives", em 2007, na Singapura, "Poética do Espaço", na Câmara dos Deputados, "Aos Ventos que Virão", no espaço Occa, "Novas Linguagens", na Galeria Referência, "Dois Olhares para o Japão" no Pátio Brasil, dentre outras.
O aumento na produção autoral fez o profissional pensar em adquirir uma impressora fine art de grande formato. Quando soube disso, o fotógrafo de publicidade Daniel Madsen, que já trabalhava há alguns anos nesse ramo, o convidou para uma sociedade. Então, fundaram a "Pictura Fine Art", onde trabalham com impressões museológicas e fine art.
Com essa poética fine art intitulada Ressaca de Niterói, Haruo tira poesia de uma cena cotidiana da cidade do Rio de Janeiro.
Para o fotógrafo, é um desafio grande trabalhar com essas três frentes. "Apesar de serem três universos distintos - a fotografia de arquitetura, a fotografia autoral e a impressão fine art - eles se complementam". Segundo Haruo Mikami, a impressão o ajuda a ficar mais atento à qualidade das fotos. "A fotografia autoral me ensinou a trilhar um caminho mais artístico, e não apenas documental", explica.
Primeira parte do políptico Desconstrução do Modernismo, essa fine art recebe o nome de Congresso Nacional. Cada retângulo corresponde a uma foto, sem recortes. A edição da peça utilizou apenas um retoque no Lightroom.
Suas maiores referências são o Pavilhão de Barcelona de Mies van der Rohe, com o projeto que se extende além do construído; a Catedral de Brasília, de Oscar Niemeyer, que apresenta proporções perfeitas, independente dos pontos de vista; o arquiteto Sérgio Bernardes, que equilibrava bem a estética e a função em seus projetos. Nas artes, inspiram o fotógrafo os trabalhos de Hokusai, Picasso, Mondrian, Dalí e Andy Wahol. Além destes, Haruo tem como inspiração os projetos "The Blue Planet", do escritório 3Xn, "The New School University Center" , do SOM (Skidmore, Owings y Merril), Casa Torreão do Bloco Arquitetos, a Casa Xan, do MAPA, e o Sebrae Nacional, do grupo SP.
Neste outro políptico, essa fine art da série Diário de Bordo, é formada por mais de 1100 fotos, formando um painel abstrato de fotos do céu através da janela de um avião. A sequência retrata uma viagem de avião de Brasília a São Paulo.