OS JARDINS SUSPENSOS EM BEIJING

O Prédio Ecológico e Energeticamente Eficiente Sino-Italiano

Publicado em: 17/06/2014
Vamos visitar hoje o maravilhoso Prédio Ecológico e Energeticamente Eficiente Sino-Italiano SIEEB da Universidade de Tsinghua em Beijing. Seus 20.000 m² abrigam um centro de pesquisa, laboratórios e instalações educativas. Foi desenhado numa parceria entre arquitetos bioclimáticos, pesquisadores e consultores da China e Itália. Desde o início, o objetivo foi criar um prédio bioclimático e energeticamente eficiente. Mas como assim? Acontece que cada fachada recebe quantidades diversas de luz solar, esta energia deve ser aproveitada com fachadas diferenciadas. Acreditam que Sócrates no século IV A.C. já falava de orientar corretamente uma casa? O que muitos arquitetos de hoje parecem esquecer quando desenham só por considerações estéticas, e logo amenizam os erros de projeto com ar-condicionado.



Este SIEEB é um verdadeiro terno de alfaiate sob encomenda, pois cada fachada é diferente conforme sua orientação geográfica. No hemisfério norte a fachada Sul é a que recebe mais horas de sol no ano todo, por isso tem terraços com jardim em cascata e proteções solares fotovoltaicas gerando eletricidade, permitindo que entre o ar e a luz solar e conectando espaços interiores e exteriores.



Já nos lados Leste e Oeste temos fachadas ventiladas que facilitam a ventilação natural no verão. A Oeste tem um cristal exterior por fora do duplo vidro interior, e ainda entre elas uma proteção de alumínio contra o sol agressivo da tarde. A fachada Norte funciona como proteção dos ventos invernais do deserto do Gobi, nela a entrada com pé-direito triplo permite enxergar o pátio central ajardinado e as redondezas.



É um fantástico projeto do escritório Mario Cucinella Architects, que empregaram o clima como ferramenta de desenho com altas temperaturas, umidade, ventos e monções no verão, e invernos frios e ventosos. Aliás, Beijing é famosa pela contaminação atmosférica e as tormentas de pó. Estima-se que o SIEEB produz 1.200 toneladas de CO² e cinco de SO²  no ano todo, o que é uma significativa redução dos gases efeito estufa se comparados com prédios convencionais de similar tamanho.



O professor Butera, chefiando uma equipe de especialistas em energia, conseguiu que o SIEEB tenha os sistemas mais modernos de alto desempenho, em base à co-geração a gás que produz energia elétrica e aproveita o calor excedente para calefação e refrigeração. Nas cargas energéticas do prédio temos 40% para refrigeração e 18 % para calefação. O alvo do projeto foi minimizar o consumo energético mediante estratégias passivas como a orientação do prédio e o controle solar para refrigeração e calefação, mas também equilibrar questões contextuais e culturais.



Em Beijing os prédios antigos estão justapostos a edifícios muito modernos. Face a isso foram consideradas a implantação urbana, os prédios vizinhos e o contexto cultural ao avaliar as diversas propostas e sua viabilidade. Tudo feito com um processo de desenho rigoroso que até inclui simulações por computador. Este é um prédio eficiente no qual os usuários desfrutam da paisagem da cidade e montanhas distantes; com destaque para a iluminação natural e o verde das fachadas e do pátio central, por sinal dois elementos para que o homem trabalhe a contento e aumente sua produtividade.

COMENTÁRIOS

  • Rolando Alvarez - 03/07/2014 07h40
    Parabéns pelo ótimo artigo.
  • Arq. Roberto J. Steneri - 27/06/2014 20h30
    Obrigado Maria de Fátima Morais Sampaio pelo seu comentário ao meu trabalho, é muito importante para mim! Se tem alguma sugestão de pauta tudo bem.
  • Maria De Fátima Morais Sampaio - 26/06/2014 15h19
    Que bom se os arquitetos começassem a pensar dessa maneira. Aproiveitando tudo que a natureza nos dá, calor,luz....

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