IWAN BAAN, O FOTÓGRAFO DOS ARQUITETOS
Iwan Baan é o fotografo predileto dos grandes mestres da arquitetura e desenvolveu uma linguagem visual própria que parece dar vida às construções.
Publicado em: 22/04/2014
O fotógrafo de arquitetura mais cobiçado do mundo, Iwan Baan desenvolveu uma linguagem visual que parece dar vida às construções. O antigo conceito de fotografia de arquitetura clássica, onde a forma é retratada, do angulo perfeito, em condições climáticas perfeitas em um ambiente preferencialmente deserto, não é encontrado no extenso portfólio do Fotografo holandês. “No país da arquitetura faz sempre sol e não se vê alma viva, é curioso!”, ironiza ele. A abordagem do artista, que já fotografou os maiores ícones da arquitetura mundial, nas mais diversas condições, faz dele um artista singular.
Baan já fotografou obras de Toyo Ito, SANAA, Steven Holl, Herzog & de Meuron, Zaha Hadid e mais. Em cada foto, o que se vê, é a vida que permeia as estruturas. As pessoas nas fotos vendem produtos numa loja, leem livros numa biblioteca ou estão a caminho do trabalho, tiram fotografias ou disfrutam da vista. Não havendo pessoas, Baan distancia-se o suficiente para poder mostrar em todo o caso o contexto em que se insere o edifício. Para tal, sobe a escada de incêndio do prédio do outro lado ou sobe em um helicóptero. Tudo pelo melhor ângulo.
Baan, geralmente, trabalha apenas com uma câmara pequena, e tira as fotos à mão sem tripé e sem assistentes. Para se familiarizar com o local, e desta forma, com a sua luz e seus habitantes, ele passa pelo menos 24 horas naquele sítio. O seu objetivo é mostrar como um edifício influencia os seus arredores e os indivíduos – e, inversamente, o que as pessoas que o utilizam, e o ambiente em que se insere, fazem dele. "Só as fotos de Baan fizeram-me compreender o que foi feito das minhas construções", diz o arquiteto japonês Toyo Ito. "Sente-se a influência do homem sobre eles."
Segundo Baan, o que realmente o fascina, é o que ocorre quando os arquitetos e projetistas se vão e estes lugares são apropriados pelas pessoas, como em Chandigarh, na India, onde fotografou recentemente a vida na cidade inteiramente projetada por Le Corbusier nos anos 50. Ele registra como os espaços foram apropriados de maneira totalmente diferente das planejadas pelo urbanista.
Baan se preocupa em registrar a interferência da arquitetura na vida dos indivíduos mas nos últimos sete anos, o fotógrafo vem, paralelamente ao trabalho de fotografo das estrelas, seguindo o caminho contrário. Em busca de interferências inusitadas de indivíduos em construções, Baan viajou o mundo todo com uma câmera em mãos captando as mais diversas formas de moradia. Em seu trabalho em favelas do mundo todo, ele capta a superação de indivíduos sobre arquiteturas esquecidas e ambientes inóspitos, bem como a criatividade de famílias que traçam ali o design informal de suas moradias sem nenhum conhecimento sequer de arquitetura ou design.