UMA VIAGEM NO TEMPO COM A EXPOSIÇÃO ABSINTHE

Atelier A Modista em São Paulo abre exposição fotográfica inspirada nos efeitos do absinto.

Publicado em: 19/02/2014
Os efeitos da famosa bebida verde são lendários e inspiradores. O absinto, resultado da destilação do sintro (também conhecido como losna) e que pode trazer em sua composição ainda anis, funcho e outras ervas, possui elevado teor alcoólico, entre 40% e 89,9%, e seu efeito é tão poderoso que chegou a ser classificado como drogra de massas, sendo proibída no começo do século 20 por muitos países europeus. Como de praxe, artistas do calibre de Van Gogh, Ernest Hemingway e Oscar Wild influenciar-se criativamente por doses de absinto. É deste último o seguinte trecho: "After the first glass of absinthe you see things as you wish they were. After the second you see them as they are not. Finally you see things as they really are, and that is the most horrible thing in the world. I mean disassociated" ("Depois do primeiro shot de absinto você vê as coisas como gostaria que fossem. Depois do segundo, você as vê como não são. E finalmente, vê as coisas como realmente são, e isso é a coisa mais horrível do mundo. Dissimuladas").



Inspirada por esse torpor e essa visão de mundo alterada, o atelier paulista A Modista, criado por Gisele Dias, abre suas portas para a exposição Absinthe, com fotos de Gleeson Paulino, e dá a largada do projeto A Modista – Art, que pretende prestigiar outras áreas além do vestuário, valorizando e dando espaço a diversas manifestações artísticas. No dia 20 de fevereiro de 2014, a exposição completa e ambientada poderá ser prestigiada, e estará disponível para visitação em versão adaptada nos dias 21, 24, 25 e 26 do mesmo mês.



O fotógrafo Gleeson Paulino, neste ensaio de 13 imagens, explorou o conceito orgânico da fotografia, a luz natural e os efeitos que podem ser obtidos por meio dela, introduzindo nas imagens seu inquietamento em relação à iluminação. “Nas pinturas, uma das coisas que me intriga muito é a questão da luz. Eu tinha uma dúvida imensa, um estranhamento de como era possível conseguir aquilo por meio da pintura. Foi isso que busquei trazer para minhas fotografias. Essas imagens da exposição, por exemplo, não sofreram edições, a técnica foi obtida apenas com experimentação e luz natural”, conta Gleeson.
É inevitável não se sentir em uma viagem no tempo à Renascença ao se deparar com as fotografias, que parecem possuir a atmosfera de fumaça embriagante da época. “As imagens podem ser percebidas com esse filtro romântico, como aquele resultante do efeito do primeiro shot do absinto, e a ideia da A MODISTA é justamente essa de viagem no tempo. Por outro lado, depois do segundo e terceiro shot, percebemos a fantasia de cada um e a realidade em si, que não é bonita e nem romântica”, explica Gisele Dias.



Para incrementar ainda mais a experiência, Eduardo Beu assina uma trilha sonora que mistura  várias inspirações estéticas. O cenário imaginado foi uma exposição na qual os convidados seriam alguns dos mais célebres consumidores de absinto, como Baudelaire, Picasso e Edgar Allan Poe.

COMENTÁRIOS

  • Rosangela Ribeiro - 21/02/2014 20h08
    Maravilhoso! Realmente Gleeson Paulino captou à alma renascentista e trouxe para séc. 21 Parabéns!!!

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